É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.
Gente, eu acredito que tudo na vida tem um propósito, tudo! Vivemos por curiosidade, sob desejos, no afã daquela “pulsão” da psicanálise. Resolvi experimentar muito cedo, na época do colégio. Alguns diziam que dava “barato”, outros diziam que a gente ficava ligado e tal, mas nem todos saem após esse experimento.
Tive uma sensação muito gratificante, eu estava na casa de um tio distante, em Brasília, e lá todo mundo fazia uso , não era tabu. Eu presenciei minha tia preparando tudo para esse meu tio Oswaldo.
No começo achei que eles usavam como remédio que na época chamavam de “depressão forte”.
Eu estava me sentindo agitado e vi esse remédio “dando sopa” no canto da pia e me aproximei calado e suando frio.
Resolvi experimentar e foi surreal a reação no meu organismo, me senti leve, minha mente deu aquela relaxada de pensamentos acelerados, achei de verdade, uma delícia até que veio uma vontade louca de soltar um pum e imediatamente uma vontade estonteante de ir ao banheiro conferir o barro boiando no lago, o famoso número 2!
Cheguei e liguei para um amigo que morava na Asa Norte, comentei com ele do feito, ele me tranquilizou que já havia provado e era comum soltar o intestino.
Ele me disse: cuidado com essa coisa, pois é uma armadilha, pois pra estudar é bom, mas se você comprar é o primeiro passo pra você entrar no vício.
Nunca comprei, mas xeretava meus tios e roubava o resto que ficava na cozinha, pra sentir aquela sensação deliciosa na minha mente, no meu corpo, nos meus poros. Hoje não faço mais, fico muito agitado e com as pernas trêmulas, mas não esqueço aquela dormência das primeiras vezes nas férias na Asa Sul da Capital do país. Falando com minha amiga Ana Paula, ela me confessou nunca ter experimentado, nem mesmo com leite, ou gelado, ou sorvete, bolo, nem bala de café ela pôs na boca, falou que nunca recebeu qualquer dose de café, seja expresso ou coado e até mesmo em forma de cafeína, como é a Coca-Cola, ela a abomina do mesmo modo, pois acha muito parecida a cor e textura de ambos.
Meus tios estão vivos, octogenários, lúcidos e me falaram que tomam café todos os dias, pela manhã e à tarde e atribuem a boa forma corporal e mental ao vício do bem! Viva o café!!!!
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