É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.
Tom cansou de ser gato e se transformou numa linda estrela. Meus sentimentos a mim mesmo que cuidei do meu Lorde por 15 anos. A crônica de hoje não pode ser triste, tenho que deixar a casa cheia de alegria com o vazio que o tom deixou.
Não era Tom de Tom & Jerry, era Tom Jobim, pois nascera muito elegante e já de cara achei ele parecido com o compositor ilustre. Tom era persa, albino, pelos estudos científicos viveria de 12 a 17 anos. Ficou na média, graças a Deus, foi muito tempo de vida entre Rio de Janeiro, Florianópolis e João Pessoa. Se contarmos a comparação com os humanos o meu Tom aos 76, viveu mais que o Jobim em seus 67 vividos neste plano.
Tom nunca deu trabalho algum, era educado, acolhedor e tímido mesmo fosse pra pedir comida ou levar vacina. Viciado em doces, por vezes era flagrado passando sua língua curta em algum resto de doce nos pratos que deixavam na pia para serem lavados no outro dia de algum aniversário. Era o mais velho da prole que habitava na casa, mas seu espírito altruísta fazia com que todos mandassem nele, como se fosse uma esperança de vovô bonachão.
Desencarnou em meus braços, passei dois dias cuidando de sua partida. Como sempre foi lento e indeciso, Tom demorou a partir, acho que queria ficar mais um pouco, para me dar mais sorte, acho, pois era meu talismã e se achava meu guardião; como não falava mais e só se alimentava através de seringas, me avisou que partiria abrindo as bochechas numa espécie de sorriso do fim. Mas tudo para mim é recomeço, quem sabe Tom cansou de ser gato e foi acalentar outros mundos com sua paciência em outra roupagem ou até mesmo virou estrelinha como falei no começo do texto e como comumente falam. Até breve, Tommmmmmmmmmm, era nesse tom que eu acordava o preguiçoso
Tom todas as manhãs dos últimos 15 anos compartilhados. Tenho a certeza que ele foi feliz ao meu lado, por tanta alegria que via em seu rosto e pelo depoimento da moça que trabalha no supermercado aqui ao lado, ela falou que na próxima encarnação queria voltar gata e ser criada por mim, de tanto elogio, zelo e mimo que ela enxerga que eu tenho pelos meus felinos até porque cada um gosta de um sabor diferente na alimentação e eu sempre deixei me levar pela emoção e cuidado, uma espécie de devoção por esses filhos de quatro patas. Tommmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
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