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Problema em trem fecha estações e resulta em quebra-quebra

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publicado em 09/02/2012 ás 09h13

Um problema num trem da SuperVia provocou revolta dos passageiros e quebra-quebra em estações, entre elas a Central do Brasil. O ramal de Deodoro chegou a ser paralisado. A composição seguia de Queimados para a Central do Brasil quando precisou parar. Os passageiros tiveram que saltar nas proximidades da estação Sampaio, no ramal de Deodoro. Revoltados, muitos ocuparam a linha férrea, começaram a jogar pedras e impediram a passagem de outros trens dos ramais de Deodoro, Japeri e Santa Cruz. Segundo a SuperVia, as estações estão reabertas, com embarque e desembarque em todas as estações. A Polícia Militar deslocou agentes para várias estações. Houve confrontos com passageiros, que apedrejaram os passageiros revoltados.

Na Central, passageiros revoltados fizeram um quebra-quebra. Uma banca de jornal e guichês teriam sido destruídos. Alguns comerciantes mantiveram as lojas fechadas com medo do tumulto. Equipes do Batalhão de Choque estão no local, segundo passageiros.

– Está um tumulto generalizado aqui – disse o supervisor Douglas de Assis, de 24 anos.

Teria havido depredação também no Engenho Novo: quatro composições teriam sido atingidas por pedradas. Na Estação de Deodoro, segundo passageiros, os trens estão parados. A circulação só ocorre na via auxiliar e, de acordo com os usuários, as composições circulam com as portas abertas. Algumas pessoas subiram nos trens e andaram pendurados.

– É um desrespeito o que acontece com os passageiros. Fiquei mais de uma hora trancado num trem parado em Sampaio sem que a SuperVia desse qualquer explicação. Por isso o povo se revoltou – disse Alan Magalhães, de 34 anos.

Por causa do fechamento da Estação de Deodoro, os pontos de ônibus ficaram lotados e os coletivos circulam muito cheios.

– Olha, estão parando todos os trens, estão jogando pedras e fazendo um motim. Está todo mundo revoltado – contou uma passageira à Rádio CBN.

Os passageiros subiram no trem e tentaram invadir a cabine para agredir o maquinista. Muitos se penduraram do lado de fora da composição, que seguiu até a Central. Um helicóptero da Polícia Militar sobrevoa o local, e bombas de efeito moral foram lançadas. Há informações de passageiros feridos, mas a SuperVia não confirma.

– Quando cheguei à estação de Madureira, às 8h, estava tudo tomado. Havia pessoas gritando por dinheiro. Elas queriam o que pagaram pela passagem de volta. Os vidros das bilheterias foram quebrados. Como a entrada da estação estava proibida, as pessoas derrubaram as roletas para chegar à plataforma. Eu fiquei assustada e não entrei – afirmou a estudante Thaís Oliveira Durão.

A jovem contou que costuma pegar o trem em Madureira para ir para à escola, que fica em Santa Cruz, mas acabou tendo que recorrer ao ônibus:
– Pego o trem às 8h15m para chegar à Faetec às 9h50m. Fui para Marechal Hermes, mas até as 9h15m ainda não consegui pegar um ônibus. Os pontos estão lotados – disse.

Os intervalos no ramal de Japeri estão irregulares. Em nota, a concessionária afirma uma equipe técnica está no local para reparar a composição, mas estão sendo impedidos pelos passageiros. Ainda segundo a concessionária, por medida de segurança, todas as estações do ramal Deodoro foram fechadas. Confira a íntegra da nota:

“A SuperVia informa que, por volta das 7h10 de hoje (09/02), identificou problema operacional em trem que seguia de Queimados para a Central do Brasil e não pode continuar sua viagem. O trem parou próximo à estação Sampaio (ramal Deodoro) e os clientes precisaram desembarcar na linha, com auxílio dos agentes da concessionária. Equipe técnica está no local para reparar a composição e proceder com a liberação da via, porém, um grupo de passageiros ocupa a linha férrea, impedindo o trabalho dos funcionários e a circulação dos trens dos ramais Deodoro, Japeri e Santa Cruz. Por medida de segurança, as estações Méier, Engenho Novo, Sampaio e Riachuelo foram fechadas. Imediatamente, a SuperVia acionou o Núcleo de Polícia Ferroviária e o batalhão de polícia da área para tomar as devidas providências.”

Em nota, a Agetransp afirma que instaurou um processo sobre o problema na SuperVia. A agência diz ainda que enviou uma equipe de fiscalização ao local.


O Globo