João Pessoa, 08 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O filho do ex-presidente do Brasil Tancredo Neves, Tancredo Augusto Tolentino Neves, pediu nesta quarta-feira à Justiça que o CFM (Conselho Federal de Medicina) e o CRM (Conselho Regional de Medicina) do Distrito Federal forneçam "todos e quaisquer documentos" que contenham dados sobre a morte do pai.
Tancredo Neves morreu no dia 21 de abril de 1985, de septicemia –infecção generalizada–, após mais de um mês internado em estado grave. O então vice-presidente José Sarney assumiu o cargo.
Até hoje, as circunstâncias da morte são questionadas por médicos e familiares de Tancredo. O historiador Luís Mir, no livro "O paciente – O caso Tancredo Neves", de 2010, critica os métodos adotados pelos profissionais que atenderam o ex-presidente e afirma que alguns procedimentos não deveriam ter sido realizados.
Junto com Mir, os advogados que representam Tancredo Augusto haviam feito pedido administrativo ao CFM, CRM-DF e ao Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) para que fornecessem os documentos relativos ao presidente. Os órgãos se recusaram, alegando violação ao sigilo profissional entre médico e paciente.
A partir da negativa, os advogados ajuizaram então, perante a Justiça Federal do Distrito Federal, um "habeas data", ação em que pedem o acesso a todos os documentos, procedimentos e processos relativos a Tancredo que estejam em posse do CFM e CRM-DF.
Os advogados afirmaram que pretendem pedir o mesmo na Justiça Federal Paulista, em face do Cremesp, já que parte da internação de Tancredo foi no Hospital das Clínicas, em São Paulo.
Em nota, a família de Tancredo afirma que o pedido de informações tem como "único objetivo" atender à demanda do historiador Luís Mir.
"O pedido atende às exigências para acesso aos documentos em questão junto ao Conselho Federal de Medicina e ao Conselho Regional do Distrito Federal."
Folha
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