João Pessoa, 09 de novembro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Mais do que um ato protocolar, a posse do senador Cássio Cunha Lima ontem significa a concretização do saldo vitorioso de sua participação efetiva e decisiva nas eleições de 2010, de onde saiu como o mais votado para o Senado e responsável pela aliança que destronou um projeto do PMDB que sinalizava longa duração.
Por mais que muitos conservem restrições, discordâncias e até repulsa ao estilo, não há como negar o talento nato, a habilidade, o carisma, a persuasão e a empatia extraordinária que o filho de Ronaldo Cunha Lima exerce sobre seus liderados e correligionários Paraíba afora.
Ele terá, de agora em diante, o espaço político privilegiado da Casa Alta para reverberar suas idéias e ideais. Pelas peculiaridades de sua luta para assumir o posto para o qual foi eleito, Cássio não tem direito de vacilar e nem decepcionar as expectativas espontâneas originadas do seio de sua nação de fãs ou quase devotos.
Conforme já exprimiu, carrega experiência política e a recente vivência pessoal com a adversidade como credencial para fazer o seu melhor mandato. Não porque será o último – certamente outras missões lhe aguardam – mas por esta vitória ter sido a mais suada e desacreditada do seu vasto currículo.
Por força do atrevido destino, nove meses depois do início dessa legislatura no Senado, a gestação de risco que embalou o sentimento de milhares de paraibanos chegou ao fim. Foi um parto a fórceps, mas o menino nasceu. Ou melhor: renasceu.
Guerra… –
Ao jornalista Paulo Neto, da Rádio Jovem Pan AM, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, rasgou elogios ao novo senador tucano da Paraíba.
Quer paz –
“É a maior liderança política da Paraíba”, avaliou Guerra, sinalizando que trabalha para estabelecer a paz entre o duelo de Cássio e Cícero pela presidência estadual.
Afagos no ninho tucano –
Cássio chega ao Senado cacifado pela cúpula nacional do PSDB. O senador mineiro Aécio Neves saudou a ascensão do paraibano esbanjando entusiasmo. “Cássio é um dos mais talentosos políticos que eu já conheci nesse país. Considero que estou tomando posse pela segunda vez”, frisou Aécio, em entrevista ao Correio Debate (rádio).
A ficha de Cássio –
Provocado sobre a cassação de Cássio na Justiça Eleitoral e sobre as contradições entre valores que o PSDB defende e cobra da presidente Dilma, Aécio não se fez de rogado. “Eu conheço Cássio a fundo. E ele teve o que é essencial a um homem público: o reconhecimento de sua gente”.
Oportunidade de reconstrução –
No seu primeiro pronunciamento, cujo espaço foi cedido pelo senador Cícero, Cássio mostrou que vai usar o mandato para tentar repaginar a sua imagem no âmbito nacional, maculada pelas sentenças de cassação. O primeiro passou foi desconstruir o discurso de ficha suja, amplificado por Santiago.
Pétalas –
Do prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PSB). “A eleição da Paraíba só terminou hoje (ontem) com a posse de Cássio. João Pessoa vai ganhar muito”.
Detalhes –
Ciceristas comemoraram o fato de Cássio não ter citado o governador Ricardo e o prefeito Agra na posse. O vice Rômulo Gouveia também não foi mencionado.
Gentilezas –
Além de presidir a sessão durante o pronunciamento de Cássio, Cícero fez questão de levar o colega até o próprio gabinete e botar no peito broche de senador.
Arquivo –
Apesar dos mimos, dizem na ágora paraibana que os irmãos de Cássio não perdoam os gestos e as bordoadas dos irmãos de Cícero na campanha contra o “traidor”.
Na foto –
O deputado Ruy Carneiro (PSDB) foi o único da bancada federal que subiu à Mesa no momento do juramento de Cássio, conduzido pelo presidente Zé Sarney.
Bênção –
Após o discurso na tribuna, o primeiro a abraçar o senador foi o deputado Antônio Mineral (PSDB), que já estava com a mão estirada na descida da escada.
Corujando –
O sorriso e o peito estufado de Ronaldo no plenário não seguravam o orgulho e a comoção pessoal. O suplente e tio Ivandro não deixou por menos.
Sabor final –
Eclética e numerosa comitiva paraibana tomou conta do tradicional Restaurante Porcão, em Brasília, nas comemorações festivas do fim da saga de Cássio.
Pá de terra –
O ministro Dias Toffoli, do STF, anulou o último sopro contra a posse. E olhe que o relator é namorado de Luciana Lóssio, ex-advogada de Wilson Santiago.
Relocação –
Não deve demorar muito e o ex-senador Wilson será aproveitado em espaço graduado. É nessa linha que já trabalham taludos caciques peemedebistas em Brasília.
PINGO QUENTE – “A Paraíba me tomou pela mão como uma mãe que sustenta o filho”. Do senador Cássio, na tribuna do Senado, em agradecimento aos estímulos recebidos do povo na travessia da margem do impedimento ao porto seguro da acalentada posse.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024