João Pessoa, 07 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Promover a inclusão social por meio da inclusão digital. Partindo deste princípio, o Governo do Estado tem se dedicado, desde o ano passado, em formar e capacitar professores, gestores e alunos da rede estadual de ensino, através de cursos desenvolvidos na modalidade de Educação a Distância (EAD). Com as turmas a serem iniciadas ainda em 2012, a Gerência de Educação a Distância da Secretaria de Estado da Educação (SEE) espera formar, aproximadamente, 17 mil pessoas até o próximo ano.
A EAD ganha vida baseada na concepção de um ambiente virtual de aprendizagem. O projeto desenvolvido pela SEE utiliza o Moodle, uma plataforma tecnológica usada em todo o mundo, para execução de cursos de educação a distância. Com ele, é possível transformar um computador conectado à internet em uma sala de aula virtual.
"Hoje em dia, a juventude vive em meio às tecnologias digitais. Cabe a nós propor ações para aplicar essas tecnologias à educação. E é isso o que temos feito”, explicou Edwin Giebelen, gerente de Educação a Distância e administrador do ambiente virtual que concentra os cursos desenvolvidos pelo Governo Estadual.
O primeiro curso realizado pela SEE na modalidade à distância foi o de Novas Formas de Ensino-Aprendizagem, ainda no ano passado, voltado especificamente para os gerentes da própria secretaria. "Foi um trabalho realizado para o público interno, pois, para começarmos as atividades, era preciso conscientizar os técnicos da secretaria sobre a funcionalidade e a importância da EAD”, explicou Edwin.
Segundo ele, a inclusão social obrigatoriamente tem que passar pela inclusão digital. "Nos tempos atuais, qualquer cidadão tem que se inserir no mundo digital para ter acesso a informações, a vagas de emprego, a dados financeiros, entre outros. Enfim, quem não estiver incluído digitalmente, não está incluído socialmente. Este é um princípio básico para nós. Isso é a base de tudo”, destacou.
Cursos – Atualmente, o Governo do Estado está em andamento com sua primeira turma voltada para o público externo. Trata-se do curso de "Educação para as relações etnicorraciais”, específico para professores da rede estadual. Ele teve início em novembro passado e se estende até o próximo mês de março, contando com quase dois mil participantes.
Em abril, cerca de 1.600 diretores e vice-diretores das escolas estaduais vão iniciar o curso de Capacitação de Gestão Escolar, por meio de parceria do Governo do Estado com o Conselho Nacional de Secretarias de Educação (Consed). Já a formação continuada dos professores – processo que engloba um contingente de 13 mil educadores -, este ano, será realizada pela EAD. Por fim, 300 alunos do Ensino Médio vão começar, no próximo mês de agosto, quatro turmas piloto de ensino técnico-profissionalizante, com o curso de Segurança no Trabalho. Estes dois últimos cursos devem ser concluídos em dezembro de 2013.
"Desta forma, com a realização de todos eles, estaremos formando, até o próximo ano, quase 17 mil pessoas, pela EAD. Entretanto, este número pode crescer ainda mais, já que contabiliza apenas os cursos já autorizados. Outros podem surgir neste período, atendendo a novas demandas”, complementou Edwin.
Formato – Todos os cursos, obrigatoriamente, são iniciados com um encontro presencial, onde são repassadas as orientações gerais sobre o uso da plataforma e o curso em questão. Os participantes inscritos recebem uma senha de acesso ao sistema Moodle, disponível pela internet. "No site, temos a apresentação do curso no qual o participante está inscrito e uma parte fixa com dicas para manuseio da plataforma”, explicou Edwin.
O conteúdo a ser estudado é dividido por módulos e os textos referentes a cada tema é postado no site, bem como as atividades a serem realizadas pelos participantes. Através de fóruns, os assuntos podem ser compartilhados e discutidos não só entre os inscritos no curso como também pelos professores.
Cada atividade vale ponto, que, somados, dão as notas dos participantes. No final, eles precisam realizar um trabalho de conclusão, mas que foge do formato tradicional de monografias. "Desenvolvemos alternativas que deixem o processo mais dinâmico. Por exemplo, tratamos como trabalho conclusivo, um blog. Os participantes têm que postar frequentemente nos seus blogs, discussões e artigos sobre o tema do curso. Vamos acompanhando essas atualizações e fazemos uma avaliação de lá”, destacou o gerente de EAD da SEE. Como em qualquer outro curso, os participantes recebem certificados no término.
Em cada regional de ensino do Estado – que aumentaram de 12 para 14 –, existe um tutor da EAD. Ele é responsável por fazer o acompanhamento mais de perto dos participantes do curso. Além disso, os participantes têm acesso a laboratórios de informática, em cada regional, gratuitamente, para evitar que eles deixem de fazer o curso por não possuírem acesso à internet ou, até mesmo, que paguem pela conexão em lan house.
Fora os espaços voltados para a temática do curso, o Moodle ainda oferece um espaço denominado "Sala de cafezinho”, reservado para interação dos participantes. "Em salas de aulas tradicionais, as turmas saem para comemorações, compartilham conversas. Na modalidade à distância, é só a pessoa e o computador. Isso pode assustar, a princípio. Então, na sala de cafezinho, todos podem interagir e conversar sobre temas que fogem das discussões do curso”, acrescentou Edwin.
A experiência – A pedagoga Flávia Farias é uma das matriculadas no curso de Educação para as Relações Etnicorraciais. Ela tomou conhecimento dele por meio de divulgação no portal do Governo do Estado. "Me senti interessada, pois a temática é nova, pouco discutida nas salas de aula. Acredito que precisamos nos aperfeiçoar constantemente. Conhecimento é sempre bem vindo e, por tudo isso, me matriculei”, disse.
Este é o primeiro curso na modalidade EAD que Flávia participa. Para ela, a experiência está sendo muito interessante. "O conteúdo trabalhado pela internet é riquíssimo. Na plataforma do curso, por exemplo, temos uma biblioteca virtual vasta, recheada de textos que contribuem muito para o nosso aprendizado”.
O curso deve ser concluído em março, mas ela já pretende fazer outros. "A EAD é ótima, pois, além de ser bastante produtiva, facilita a vida de quem tem a rotina corrida, que não teria oportunidade de participar de um curso como esses, caso fossem presenciais”, acrescentou Flávia.
Parcerias – Alguns cursos de EAD a serem desenvolvidos pela SEE vão acontecer em parceria com instituições federais. O técnico em Segurança no Trabalho, voltado para alunos do Ensino Médio, por exemplo, acontecerá em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB).
De acordo com o diretor de Educação a Distância da instituição, Francisco Raimundo de Moreira Alves, a parceria com a SEE surgiu dentro do programa Escola Técnica Aberta do Brasil, implantado pelo Governo Federal desde 2008, mas nunca desenvolvido na Paraíba. "O programa prevê esse tipo de parceria entre o instituto e órgãos locais, por ser uma ação inserida dentro das políticas públicas do governo brasileiro. Só agora estamos conseguindo concretizar isso”, explicou.
O contato inicial entre o IFPB e a SEE aconteceu em julho passado. A partir daí, foi criada uma comissão para construir o projeto pedagógico do curso. "E, finalmente em agosto, vamos dar início às primeiras turmas. Esta é uma parceria de grande importância, sobretudo por contemplar alunos do interior e da periferia das cidades localizadas em centros urbanos. Portanto, é uma iniciativa de grande importância, sobretudo, a quem será contemplado”.
O modelo de processo seletivo para o curso ainda não foi definido. As informações devem ser divulgadas posteriormente, em edital. Contudo, IFPB e SEE já adiantaram que a parceria deve ser ampliada para oferta de outros cursos.
Secom-PB
OPINIÃO - 26/11/2024