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Entrevista: Padre Marcelo Firmo, o moderno evangelizador em João Pessoa

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publicado em 06/05/2024 ás 10h57
atualizado em 06/05/2024 ás 12h10

 Kubitschek Pinheiro

 Ele acorda cedo, anda de bicicleta, um jovem cidadão. Depois do café, começa seu trabalho que não tem fim – padre Marcelo Firmo, há 22 anos reside em João Pessoa e íntegra o grupo da nossa gente hospitaleira – firme no propósito de evangelizar mais e mais fiéis, MF mora no coração de muita gente.

À frente da Igreja Mãe dos Homens, que está completando cem anos, cabe ele a organização do centenário, com sua numerosa equipe. Aliás, a bela igreja amarela e branca, localizada na avenida Monsenhor Walfredo Leal, 41, em Tambiá, João Pessoa, sua eterna casa.  A antiga Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens existiu em outro espaço, na Praça Antônio Pessoa, onde foi demolida em 1923 e inaugurada em 13 de maio de 1924.

Ele  nasceu no Recife, filho único de Manoel e Nina, terra do poeta Manuel Bandeira, dos maracatus e das pontes coloniais, Marcelo tem formação superior em História, Direito, Ciências da Religião, Filosofia e mestrado em Direito Canônico. E tem cultura.

Em conversa com o Espaço K, padre Marcelo Firme fala de assuntos relacionados ao seu trabalho – do celibato  a castidade, de como o sacerdócio entrou me sua vida, da pedofilia e agradece aos inúmeros amigos – famílias inteiras – que conquistou em solo paraibano.

Espaço K – Cem anos da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens. E vem a descoberta da sua pessoa nesse ano da celebração com população paraibana e a comunidade católica. Vamos começar por aqui?

Padre Marcelo Firmo- Vamos. A arte de celebrar favorece a memória, auxilia no existir e dá substrato para o amor aos nobres ideais.

Espaço K  – O senhor tem postado nas redes sociais a vasta programação que vai acontecer no centenário da Senhora Mãe dos Homens. Pode nos adiantar alguma  coisa?

Padre Marcelo Firmo- A programação é fruto de várias reuniões e momentos celebrativos. No percurso de 2024 teremos muitas atividades ainda. Lançamento de um opúsculo falando da história em relação ao Santuário Mãe dos Homens.

Espaço K – A  igreja existiu noutro lugar e depois foi erguida na avenida Walfredo Leal – conta aí ?

Padre Marcelo Firmo – A antiga Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens era onde hoje é a praça Antônio Pessoa, em 1923 foi demolida e em 1924 foi inaugurada na atual localidade. A benção da Nova Igreja foi em 13 de maio de 1924.

Espaço K – Quando o sacerdócio entrou na sua vida…

Padre Marcelo Firmo – Deus chama os que Ele quer. Tive a graça de nascer em um seio católico e feliz. Indo às missas, participando dos grupos da paróquia e tendo uma boa catequese; sendo assim, diante do coração que “ardia” dei meu sim a Deus, sem medo e com muita firmeza.

Espaço K – Aliás, você nem parece padre, algo diz que sua evolução vai além – como é o dia a dia de um padre moderno chamado Marcelo Arruda Firmo da Silveira?

Padre Marcelo Firmo – Meu dia começa cedo. Rezo, tomo café, estudo, leio, faço exercícios e procuro resolver as demandas logo pela manhã. Após o almoço (11h30) um pequeno descanso e ida para os atendimentos na Paróquia, depois missa. Final da tarde minha sopa, uma ceia frugal e as atividades inerentes. Toda segunda é minha folga.

Espaço K – Ainda hoje os padres fazem votos de castidade, mas muitos, diversos  no mundo inteiro, são acusados de pedófilos. Isso é um caos, não é?

Padre Marcelo Firmo  – Os votos feitos pelos religiosos e pelo clero não exclui quedas. A fragilidade humana pertence ao que é humano. Em casos específicos como a pedofilia, que é uma prática criminosa e merece o repudio de todos nós, são pedófilos que se tornaram religiosos. A Igreja em sua essência é Santa, Una, Católica e Apostólica, embora formada por membros frágeis e pecadores. Devemos fazer a distinção. Quem comete crimes deve receber o rigor da lei, tanto civil quanto canônica.

Espaço K – Você está entre raros  cidadãos que valoriza o centro histórico de João Pessoa — isso vem de berço, da sua família?

Padre Marcelo Firmo  – Sim. Meus avos moravam no centro do Recife. Depois foram morar em uma granja nos arredores da cidade. O casario, a simetria das ruas, a visibilidade das fachadas, o ar bucólico do passado é algo encantador. João Pessoa é uma linda cidade em seu centro histórico.

Espaço K  – Você nasceu em Pernambuco, cresceu lá, tem formação superior, além do Seminário?

Padre Marcelo Firmo – Sou pernambucano, nascido no Recife, e tenho formação superior em História, Direito, Ciências da Religião, Filosofia e mestrado em Direito Canônico.

Espaço K – Padre Marcelo acorda cedo, faz caminhada, vai ao cinema?

Padre Marcelo Firmo   Acordo às 4h30/5h00. Ando de bicicleta. Assisto filmes nos cinema ou nas plataformas.

Espaço K –  Um padre é um homem, certo? Muitos deixam a batina e se casam. Como o senhor vê o celibato? Vamos falar sobre isso?

Padre Marcelo Firmo  – A formação sacerdotal é muito longa, entre 7 e 10 anos, quem entra sabe as regras e fica se quiser. Ficando deve cumprir. Porém precisamos fazer uma distinção: celibato é diferente de castidade; o sujeito pode ser celibatário e não ser casto, ou ser casto e não celibatário. A questão é outra: é vivencia do que foi professado, assumido.

Espaço K – Como o senhor agradece as amizades feitas na Paraíba, dos fiéis, o pessoal da paróquia e diversas famílias que lhe admiram?

Padre Marcelo Firmo  – Sou profundamente feliz por tantas amizades e pelo carinho das pessoas. Agradeço sempre por tudo. Realmente percebo muitas manifestações de apreço. Procuro honrar a todos com respeito e estima. E ser presente em suas alegrias e tristezas.

 

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