João Pessoa, 04 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse em entrevista coletiva que os policiais militares em greve cometeram crimes que estão acontecendo em Salvador desde que a paralisação começou, na última terça-feira (31).
O petista afirmou que os grevistas estão promovendo "banho de sangue" na cidade para amedrontar a população.
Desde que a paralisação foi decretada, entre terça e hoje, houve pelo menos 59 homicídios em Salvador e região metropolitana –quase o dobro do registrado nos mesmos dias da semana passada. Além disso, houve saques a lojas e supermercados.
"Parte dos crimes pode ser parte da própria operação montada. A tentativa de criar um clima de desespero para fazer a autoridade do governo do Estado sucumbir ao movimento", disse o petista.
"É tentativa de guerra psicológica. Parte disso é cometida por ordem dos criminosos que se autointitulam líderes do movimento", afirmou.
Ao negar que pretenda autorizar a invasão da Assembleia Legislativa, onde os grevistas estão acampados, Jaques Wagner atribuiu as mortes a grevistas.
"[Possibilidade de invasão da Assembleia] é mais uma tentativa de achar adesões e provocar pânico. As pessoas estão falando em banho de sangue. Só se for de lá para cá, aliás, algum banho de sangue já foi promovido por eles na cidade."
O governador subiu o tom e disse que não vai se dobrar ao "crime organizado" e que não vai anistiar policiais envolvidos em atos de vandalismo.
Hoje ele disse que os 12 mandados de prisão concedidos pela Justiça são contra líderes do movimento e contra policiais identificados em atos de vandalismo, como os que furaram pneus de ônibus ou de carros de polícia.
"Não vejo como anistiar ou perdoar quem cometeu crime de vandalismo ou de ameaça de morte. Não tem acordo comigo", declarou Wagner, que completou: "Não é possível que governadores sejam ameaçados por policiais com arma em punho".
Folha
OPINIÃO - 22/11/2024