João Pessoa, 03 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pouco mais de um ano após a revolução que colocou fim à ditadura de Hosni Mubarak no Egito, o país vive uma nova onda de violência. Os protestos eclodiram após o confronto que deixou ao menos 79 mortos em um estádio de futebol na última quarta-feira. E a tensão continua nesta sexta-feira em frente à sede do Ministério do Interior egípcio, no Cairo, onde nas últimas horas foram registrados choques entre torcedores do time Al-Ahly e a polícia, em uma noite de confrontos que matou duas pessoas em Suez. Várias cidades egípcias tiveram graves distúrbios nesta noite, desencadeados pela tragédia ocorrida na quarta-feira no estádio de Port Said.
O hospital geral de Suez informou nesta madrugada a morte de duas pessoas atingidas por disparos na cidade, onde outras 30 pessoas ficaram feridas. O chefe da Segurança em Suez, Adel Refaat, afirmou que a polícia não é responsável pelas mortes e acusou "delinquentes" de estarem por trás do incidente.
Já em frente ao Ministério do Interior, no Cairo, ao menos 388 pessoas ficaram feridas nos enfrentamentos registrados entre torcedores do Al-Ahly e membros das forças de segurança, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde. O secretário-geral desta pasta, Hisham Shiha, relatou que 266 pessoas foram atendidas no local dos choques, enquanto 122 feridos foram encaminhados a hospitais.
Embora uma certa calma tenha retornado à sede de Interior no Cairo, ainda há agitações esporádicas, que são respondidas pelas forças de segurança com disparos de gás lacrimogêneo. A rua que conduz ao ministério está cortada por aproximadamente 50 caminhões das forças de segurança, que formaram uma barreira em torno da sede governamental.
Responsabilidade – Após o início dos protestos de quinta-feira, o Ministério do Interior egípcio emitiu um comunicado aos cidadãos pedindo que eles não sigam as "chamadas maliciosas" que "pretendem propagar o caos e a instabilidade" no país. Mais cedo, o primeiro-ministro Kamal Ganzouri foi ao Parlamento e assumiu a responsabilidade política pelo massacre no jogo de futebol em Port Said. O premiê informou que destituiu o chefe dos serviços de Inteligência e de Segurança da cidade de Port Said e o presidente da Federação de Futebol Egípcia, e aceitou a renúncia do governador de Port Said.
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