João Pessoa, 20 de maio de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Moro em Campina Grande, cidade linda, acolhedora, de gente bonita que se dedica ao trabalho e ao conhecimento. Clima aconchegante, ótimo lugar pra se viver. Só me ressinto de Campina por uma coisa: a ausência do mar. Para alguém que, como eu, ama o mar, acredite, é um ressentimento gigantesco! Mas, adoro viver no meu torrão, tão bonita, tão mudada, muito bem organizada, cheia de cartaz, como cantava nosso Jackson.
Enfim… voltemos ao meu ressentimento.
Início da pandemia…Todos olhando a vida pela janela…Bateu a saudade. Saudade de ver o mar, então, fui ao seu encontro. Não pude tocá-lo. O acesso às praias estava proibido. Mas, eu precisava dele. Fui para vê-lo, mesmo que de longe. Necessitava de sua energia. E lá estava ele. Esplêndido, imponente, prendendo minha respiração, aguçando minha curiosidade, me mostrando seu vasto horizonte, seu cheiro, sua voz, sua paz.
Eu estava satisfeita. Reenergizada.
O universo, querendo dar um plus à minha experiência, fez com que eu me deparasse com essa frase. A frase ilustrava uma placa fixada na parede de um terreno baldio que dava acesso ao mar. Quem mora em João Pessoa, ali… pela região do bairro do Bessa, deve lembrar da linda placa.
“A fé é como o pássaro que sente a luz do sol quando o alvorecer ainda é noite”.
A maioria dos pássaros tem hábitos diurnos, não cantam durante a noite, mas, ao mínimo estímulo de luz, eles cantam, anunciando um novo dia. E, mesmo nos dias nublados, quando o sol se demora mais na cama, eles cantam. Eles creem, de forma incondicional, que o amanhecer chegou. Não há nenhuma prova disso, nada objetivo que lhes traga segurança, mas eles cantam. Chamam isso de fé. A fé que eles têm no amanhã nos proporciona um dos mais incríveis espetáculos da natureza, o seu canto.
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NOVA VAGA - 17/12/2024