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Educador Físico,  Psicólogo e Advogado. Especialista em Criminologia e Psicologia Criminal Investigativa. Agente Especial da Polícia Federal Brasileira (aposentado). Sócio da ABEAD - Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas e do IBRASJUS - Instituto Brasileiro de Justiça e Cidadania. É ex-presidente da Comissão de Políticas de Segurança e Drogas da OAB/PB, e do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas do município de João Pessoa/PB. Também coordenou por vários anos no estado da Paraiba, o programa educativo "Maçonaria a favor da Vida". É ex-colunista da rádio CBN João Pessoa e autor dos livros: Drogas- Família e Escola, a Informação como Prevenção; Drogas- Problema Meu e Seu e Drogas - onde e como lidar com o problema?. Já proferiu centenas de conferências e cursos, e publicou dezenas de artigos em revistas e livros especializados sobre os temas já citados.

Aprendendo a identificar e lidar com a sua e outras gerações

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publicado em 04/06/2024 às 07h00
atualizado em 03/06/2024 às 17h02

 

         Estou me esforçando para entender esta divisão das gerações a partir de letras do alfabeto e  outras nomenclaturas, pois sou da época que as gerações eram denominadas apenas pela década de nascimento, como, por exemplo, anos 50, 60, 70 etc. Mas atualmente existem novas nomenclaturas, com as quais tento me familiarizar. E você já as identifica?

         É certo que cada época é marcada por acontecimentos culturais, políticos, sociais e econômicos que impactam o contexto de vida, a visão de mundo e a forma de se relacionar das pessoas que nascem e vivem em determinado período. Essa é a ideia que embasa a divisão por gerações. Você já ouviu falar de geração X, Y ou millennials, Z, baby boomers e alfa? Se não vamos tentar entender juntos.

Entendermos como pensa e age cada geração é importante, pois isto ajudará a pais, educadores escolares, empresários, indústria etc., a melhor traçar e empreender suas ações em relação às técnicas de educação, produção de bens, serviços, alimentos etc., visando com isto atender às diferentes demandas de todas essas gerações.

Esta iniciativa de nominar as gerações com letras do alfabeto e denominações outras iniciou-se após a Segunda Guerra Mundial, entre 1945 e 1964. Nesse período, os EUA e alguns aliados que lutaram ao lado deste país, como França e Inglaterra, vivenciaram um crescimento demográfico muito grande, que recebeu o apelido de baby boomers, em tradução literal, explosão de bebês, que durou até 1964. Esta geração, vivenciou o auge da sua juventude no pós guerra, mais precisamente entre os anos 60 e 70, e testemunhou e patrocinou muitas mudanças, sociais, culturais, de estilos musicais, moda etc. No caso do Brasil, certamente motivado pela crise econômica deste país na segunda metade da década de 70, esta mesma geração assumiu um comportamento mais conservador que a mesma geração de americanos e europeus, por exemplo. Assim, no país esta geração tem como características principais, a valorização do trabalho, dedicação à família, busca por melhor qualidade de vida e bem estar, e certa aversão às mudanças. Possui raciocínio linear, ou seja, foca na aprendizagem com início, meio e fim, preferindo assim, programas de ensino tradicionais.

As demais denominações vieram sequencialmente, de acordo com a época de nascimento dos indivíduos. As referências abaixo descritas, embora com algumas pequenas divergências nas nomenclaturas, são as mais utilizadas: Geração X – nascidos entre 1965 a 1980, esta sucedeu os baby boomers, e no Brasil testemunhou a ditadura militar e seu declínio, o desenvolvimento industrial e o crescimento econômico. Caracteriza-se pela busca da capacitação profissional (diploma formal), e estabilidade no trabalho. A geração Y ou Millennials – nascidos entre 1981 a 1996, é considerada criativa e alinhada às causas sociais; geralmente não adota como prioridade o trabalho intenso, a formação de uma família ou a busca por estabilidade na carreira, ao contrário das gerações anteriores. Esta geração é composta de pessoas adeptas à tecnologia, e em geral são questionadoras, competitivas e impulsivas. Segundo um estudo do Itaú BBA, cerca de 50% da força de trabalho nacional atualmente é composta por Millennials.        A geração Z – nascidos entre 1997 a 2010, são nativos digitais, e naturalmente convivem com o universo das mídias sociais e recursos tecnológicos desde o nascimento. São multifocais e aprendem de várias maneiras, usando múltiplas fontes e objetos, em especial os smartphones. Apresenta raciocínio não-linear. Quando querem uma informação, buscam o conteúdo por si mesmos na internet, e dão preferência a vídeos, segundo estudo da Fatec-SP. Tendem a se engajar em questões ambientais, sociais e identitárias.

Já em relação a geração Alfa, os indivíduos nascidos a partir de 2010, a exposição à tecnologia e a telas é ainda mais forte. Esta requer uma forma de educação mais horizontal, flexibilizada, dinâmica e ativa, com a utilização de multiplataformas. Estes jovens gostam de inovações, e de serem protagonistas, de colocar a “mão na massa” e aprenderem com situações concretas. Uma curiosidade apontada pela Fatec-SP, é que apesar de ser a geração com mais acesso às novas tecnologias, prefere a educação híbrida, com estratégias online e offline, que coloquem em prática situações do cotidiano. Também prezam o ensino personalizado, sob medida, considerando cansativas aquelas atividades tradicionais como leituras de textos, por exemplo. Também têm dificuldade de concentração.

Vale acrescentar ainda, que, embora pouco citada, já existem algumas referências a geração Beta, que abrange aquelas pessoas nascidas a partir de 2020, portanto ainda crianças.

         Assim, esperamos com esta resumida descrição alusiva às nomenclaturas atualmente adotadas para identificar e referenciar as diversas gerações de pessoas, poder contribuir com pais, educadores escolares e sociedade em geral, em relação às formas mais adequadas para a implementação de estratégias voltadas para educação familiar, escolar, social, e de formação profissional de indivíduos das mais diversas gerações.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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