João Pessoa, 29 de janeiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
EM JOÃO PESSOA

ABUSO – Empresa de idiomas coage cliente a fornecer dados de terceiros

Comentários: 0
publicado em 29/01/2012 ás 18h00

Tudo bem que escolha da ferramenta de marketing a ser adotada por uma empresa cabe somente a ela, mas o que dizer de companhias que se utilizam de um discurso agressivo e coagem seus clientes tudo em busca da venda imediata de seus produtos? E daquelas que querem obrigá-los a fornecerem indevidamente nomes e números de contatos de terceiros em troca de descontos, esses que só poderiam ser especificados os valores após a entrega dessa lista? Esse foi o cenário proporcionado pela escola de inglês Wise Up a uma jornalista, que preferiu não se identificar.

A unidade da empresa está localizada no bairro de Manaíra, em João Pessoa e foi para lá que a cliente em potencial se dirigiu na última quarta-feira (25). Quem a atendeu foi o próprio dono da franquia, Demétryus Simeão, que em reunião a portas fechadas iniciou um discurso invasivo e desnecessário sobre a política da empresa.
 

O caso

Primeiramente o franqueado fez questão de ressaltar que o “Wise Up” não aceita “qualquer tipo de aluno, que seus futuros consumidores passam antes por uma seleção para posteriormente saberem se serão aceitos”. Em seguida ele expôs os motivos que tornam a escola melhor e mais eficaz do que as outras.

Até o momento tudo está dentro dos padrões que vemos no mercado. A jornalista começou a ficar intrigada quando foi questionada se realmente teria interesse de efetivar a matrícula no curso, pois ele só poderia apresentar os valores relativos a mensalidades e materiais depois de uma resposta positiva. 
 

Antes de expor os números que a compradora teria que pagar, Demétryus explicou que ela poderia optar por dois pacotes: o valor integral e o dos “subsidiários”, porém ela só teria conhecimento da segunda proposta depois que disponibilizasse a filial os nomes e os números de telefones de 20 pessoas de sua agenda pessoal.
 

“Achei um abuso, até porque ele não quis ao menos dizer de quanto seria esse desconto dado aos ‘subsidiários’. Mesmo depois de muita insistência da minha parte e constrangimentos sofridos, ele continuou afirmando que era a política do Wise Up e só me repassaria a informação se eu lhe desse 20 nomes e telefones dos meus amigos. ”, relatou.
 

O Procon

A equipe de reportagem do MaisPB entrou em contato com o secretário executivo do Procon, Sandro Targino, para saber se a conduta da empresa é legítima. Sandro esclareceu que oferecer descontos em cima de informações concedidas de espontânea vontade pelo cliente é legal, “desde que os números dessa porcentagem estejam pré-estabelecidos”.

Depois de expormos o acontecido, o secretário achou situação tão peculiar que a classificou como “surreal”.
 

“Isso me parece surreal, como uma empresa nega informações que poderia conquistar seus clientes?”, indagou.
 
 

Outras ocorrências:

Em pesquisa na internet encontramos outras ocorrências contra a escola filial do Wise Up em João Pessoa, assim como, contra outras franquias espalhadas pelo Brasil. Pessoas que relatam casos de constrangimentos, coação e até discriminação.

Confira Aqui, Aqui e Aqui.

MaisPB