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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Sexo

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publicado em 08/06/2024 às 07h00
atualizado em 08/06/2024 às 05h12

O sexo é vermelho pintado de branco. Também lembra o movimento dos barcos, como se barcos fossem capazes do rever a vida e são – os barcos lembram a canção de Caymmi, que diz que o pescador tem dois amor – um na terra e outro no mar. Sim, na letra está assim mesmo – “dois amor”.

O barco regressa com alimentos, o sexo alimenta as almas. É como se a gente regressasse vagarosamente ao princípio do mundo, até chegar ao pequeno lugarejo do regaço um do outro. É impressionante esse jogo.

O sexo ajuda a descobrir que não há luz sem calor e é daí que vem a invenção o movimento de translação da terra. É assim mesmo. O sexo faz o mesmo movimento dos barcos,  nunca tontos, mas extasiados.

Sem sexo não haverá sol e todos os dias parecem escuros.

Sem horas para terminar, com o azul sobre os corpos.

Não haveria árvores, nem maçãs, nem mares, e tudo pode parecer tedioso, conformado, quando o sexo está silenciado.

“A paz que o sexo traz”.  Sem sexo não haveria a vontade de comer, nem o entardecer, nem fim do dia. Nada.

Depois do vasto movimento, acende-se uma luz para novos prazeres, olho no olho, de onde se inventou a vida.

Jorram oceanos e marés, ondas e vozes em êxtase.

Lindas planícies e lençóis maranhenses, montanhas, onde nascem flores e crescem árvores e pássaros em revoadas.

Daí nasce a noite para o descanso, o sono, o sonho e a descoberta das estrelas.

Tudo, tudo, tudo, amar sem limites, como canta Djavan

Kapetadas

1 – Odeio quando me bate a saudade e eu não posso revidar

1- Vivemos a ilusão da constância, mas a cada segundo a pele renova, as células morrem, as oportunidades surgem e vão. Nos resta enquanto consciência observar essa dança da matéria e ter a sabedoria para sorrir dessa grande brincadeira de Deus.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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