João Pessoa, 01 de novembro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Há doze meses, completados ontem, o povo da Paraíba rompia um ciclo político que dava todos os sinais de continuidade por pelo menos mais quatro anos com a reeleição presumida e comemorada por antecipação do ex-governador José Maranhão.
Ricardo enterrou toda a lógica da eleição da Paraíba e venceu o amplo favoritismo maranhista, a estrutura completamente desigual da máquina, os números desanimadores das pesquisas, e uma onda devastadora de boatos.
Um ano depois, no Governo, Ricardo, o governador sonhado por várias gerações, enfrenta certamente a sua fase mais crucial da política: tocar a ruptura de um estado tradicionalmente clientelista, pagando o preço do desgaste pelo remédio amargo.
De 31 de outubro de 2010 pra cá, Ricardo experimentou o doce do céu na euforia da vitória e o fel gerado pela mágoa de quem foi demitido ou teve parte de seus vencimentos – alguns já devidamente incorporados ao orçamento – decapitados.
O governador amealhou intenso e perigoso desgaste nos setores do funcionalismo e da classe política, mas inaugurou uma nova forma de se comunicar com seus governados a partir do Orçamento Democrático, do Empreender e do Pacto Social.
Para o bem ou para o mal, Ricardo continua sendo o mesmo: pouco afeito a afagos, determinado a contrariar interesses, disposto aos confrontos, na maioria das vezes dispensáveis, e focado nas metas que elege como alvo. Pelo menos de estelionato eleitoral ninguém pode acusá-lo. Foi exatamente esse Ricardo que a Paraíba escolheu.
Afinados –
O governador Ricardo Coutinho, o prefeito Luciano Agra e o senador Cássio se encontraram no último sábado numa agenda pra lá de informal.
Intimidade –
Segundo fontes revelaram com exclusividade à Coluna, o trio, com esposas e namorada (caso de Agra), festejou reservadamente o fim da novela no STF.
A última cartada de Santiago –
O senador Wilson Santiago (PMDB) vai até o fim. A defesa dele entrou no TSE, na última sexta, como prometido, com recurso contra a expedição do diploma de Cássio. A última tentativa jurídica só foi revelada ontem pelo advogado Michel Saliba, que reconhece não haver na manobra qualquer esperança de efeito suspensivo.
Inelegibilidade levantada –
No entendimento dos advogados de Santiago, Cássio não poderia ter sido diplomado. “Em junho deste ano, a Lei da Ficha Limpa completou um ano de vigência. Portanto, o ex-governador não poderia ter sido diplomado porque ficou inelegível nesse período”, sustenta Saliba.
Argumentos e teses já esgotaram –
Indiferente ao movimento da defesa de Wilson, o advogado Luciano Pires se disse absolutamente despreocupado com a nova batalha jurídica. “Todos os itens de inelegibilidade de Cássio já foram atacados por ocasião dos agravos julgado pelo STF”, tranqüiliza Pires.
Não deu –
O vice Rômulo até tentou aparar arestas para abrigar o deputado Doda de Tião, mas ao final prevaleceu o veto do deputado e fundador do PSD, Manoel Ludgério.
Sentença final –
Ultimato de Rômulo sobre o imbróglio. “No último contato com Doda lhe comuniquei da impossibilidade. Manoel teve importante papel na fundação do PSD”.
Edição extraordinária –
Apesar da desfiliação, o presidente do PMDB, Antônio Souza, ainda pensa em convocar Doda para “apresentar explicações” sobre o voto governista na Assembléia.
Sem volta –
Mesmo correndo o risco de responder processo de infidelidade movido pelos suplentes do PMDB, Doda não recuará da migração, conforme a Coluna captou.
Índices –
O deputado Benjamim Maranhão (PMDB) vê com preocupação a criminalidade na Capital. “A violência cresce desenfreadamente, a cidade mudou para pior”.
Erro de cálculo –
Caciques do DEM avaliam que o Governo só perdeu Janduhy Carneiro (PPS) porque não respeitou o critério da CCJ ter permanecido com um democrata.
Gula –
Eis o raciocínio: Se a liderança tivesse contemplado o direito de João Henrique (DEM), não teria havido confronto entre Janduhy e Adriano Galdino (PSB).
Definido –
Enquanto bate cabeça na Capital, o PMDB já definiu com que roupa vai à eleição de Santa Rita e bateu o martelo com o vereador Adones Júnior pra 2012.
Profecia –
Previsão do vereador Fernando Carvalho (PT do B), ainda magoado com Veneziano. “O candidato será Alex Azevedo, pra dar uma simples satisfação ao PMDB”.
Experiências –
Vereador Bira Pereira (PSB) e Carlos Rafael (PTB), prefeito de Cajazeiras, estarão hoje, às 19h, na Câmara de Marizópolis, no Seminário “O Jovem na Política”.
PINGO QUENTE – “Isso é puro júris esperniandi”. Do advogado Johnson Abrantes sacando a carteirinha de cassista ao ouvir a tese de Michel Saliba, da defesa do persistente senador Wilson Santiago.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024