João Pessoa, 28 de janeiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Depois de 58 anos sem contato, duas irmãs que vieram do Maranhão para interior de São Paulo vão finalmente se reencontrar. Elizabeth da Silva Manca vive hoje em Marília e depois de muita procura conseguiu a reaproximação com irmã, Ivone, por meio da internet. O encontro da família está marcado para este domingo (29), em Barra Bonita.
Uma foto é a única recordação que a aposentada tem da família. Pai, mãe e os 11 irmãos saíram do Nordeste do país para tentar a vida no interior de São Paulo, em Quatá. Ela se casou aos 20 anos e os pais e os irmãos resolveram voltar para a cidade natal, no Maranhão. "Eu casei e fiquei no interior de São Paulo. E eles foram para o norte e desse tempo pra cá, eu nunca mais os vi. Foi assim que desapareceram de mim e eu não tive mais notícia”, conta a aposentada.
Isso há 58 anos. Elizabeth construiu sua própria família, teve oito filhos, 22 netos e 13 bisnetos. E ainda sim, se sentia sozinha. Sempre preocupada com os pais e os irmãos, ela começou uma busca incansável por notícias dos parentes. "Procurei muitas vezes, por rádio, até que uma irmã minha, a Ivone, me escutou falar no rádio, mas não deram o endereço e ela não pode entrar em contato comigo”.
A procura da aposentada comoveu a neta que, para encontrar os familiares, usou um recurso que os jovens dominam bem: a internet.
"Colocamos a foto da minha vó em um site de relacionamentos. Um dia recebi um e-mail de uma pessoa falando que viu a foto e que minha avó era muito parecida com a mãe dele. Ela, inclusive, ficou bem emocionada, porque viu que era parecida e contou toda a história. Que a mãe dele não via a irmã há muito tempo, a mesma história da minha vó. Então como todas as informações batiam contei para minha mãe, que entrou em contato com eles e decidiram se encontrar. E realmente elas eram irmãs", explica Maria Gabriela Totti de Souza, neta da aposentada.
Antes de dar a notícia a Elizabete, eles trataram de confirmar todos os dados para não haver erros como da última vez. "Eu fiquei preocupada, ainda mais pela internet, você recebe um e-mail e não sabe de quem é. Procurei primeiro ter certeza, através de e-mails e depois eu liguei para o Maranhão e falei com uma tia. Foi muito emocionante, na hora que eu falei que era filha da Elizabeth, ela já começou a chorar no telefone, eu chorei do lado de cá. Foi quando eu tive certeza mesmo, então, falei para minha mãe”, conta a professora Neide Manca.
O encontro com os irmãos foi marcado e como dona Elizabete não resistiu, a tecnologia ajudou de novo, desta vez, por telefone, eles adiantaram um pouco a emoção.
"Eu vou querer saber de tudo. Principalmente dos meus pais, se estão vivos ou mortos. Estou muito feliz”, afirma a aposentada. O G1 vai acompanhar o reencontro marcado para este domingo.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024