João Pessoa, 27 de janeiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Um homem que passou dois anos preso em uma cela solitária e foi obrigado a extrair os próprios dentes porque lhe foi negado atendimento odontológico recebeu uma indenização de U$S 22 milhões (R$ 38,2 milhões) por violação de seus direitos constitucionais, segundo o tablóide inglês “Daily Mail”.
Stephen Slevin, norte-americano de 58 anos do estado do Novo México, venceu a ação em que acusava a delegacia do condado onde vive de tratamento desumano, por ter sido “esquecido” na cela após ser detido por dirigir bêbado.
A indenização é uma das maiores já pagas na história dos direitos civis dos EUA envolvendo um preso.
Após deixar a corte federal em Santa Fé, Slevin disse que o processo não era pelo dinheiro, mas para chamar a atenção das autoridades ao tratamento desumano com os presos.
Ele contou que ainda sofre de estresse pós-traumático, resultado dos traumas físicos e psicológicos causado pelos agentes da prisão do Condado de Dona Ana, no sul do estado.
“Os agentes da prisão passavam por mim todos os dias, vendo minha deterioração. Dia após dia, não fizeram nada, nada mesmo, para me ajudar”, disse ao site “KOB4.com”.
O homem de 58 anos foi preso em agosto de 2005 e acusado de dirigir embriagado e de receptação de veículo roubado. O advogado de defesa disse que, devido a seu histórico de problemas mentais, ele foi colocado na solitária.
“Eles jogaram ele numa solitária e o ignoraram. Ele começou a delirar e seus problemas mentais só pioraram com o isolamento, a falta de contato humano e de assistência médica”, afirma o especialista em direitos humanos Matthew Coyte.
Enquanto este na prisão, as unhas dos pés de Slevin cresceram tanto que começaram a enrolar sob os pés, ele desenvolveu feridas no corpo, fungo, problemas dentários e perdeu muito peso, conforme o processo.
Ele foi solto após 22 meses, enquanto aguardava o julgamento e as acusações contra ele foram retiradas.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024