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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

O progresso da medicina

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publicado em 15/06/2024 ás 07h00
atualizado em 14/06/2024 ás 17h35

Hoje é inimaginável uma cirurgia sem a aplicação de anestesia. Mas era assim. Um exemplo incrível foi o dito cirurgião mais rápido do mundo. Robert Liston amputava a perna de um paciente em incríveis dois minutos e meio. E se o procedimento fosse do joelho para baixo o escocês só precisava de 30 segundos para a amputação. Não era exibicionismo; à falta de anestesia a velocidade era muito importante, mais ainda para evitar grandes sangramentos. Liston tinha 1.90 de altura e era muito forte. Mas não era médico. Naquela época os médicos estudavam em Universidades enquanto os cirurgiões eram verdadeiros trabalhadores braçais e aprendiam com seus mestres a arte de serrar ossos. Por fim devo dizer que aquela velocidade imposta por Robert ao seu trabalho às vezes trazia problemas. Numa das cirurgias ele foi amputar a perna de um paciente e sem querer cortou um dos testículos do coitado. Pior ainda; de outra feita foi tão rápido que além da amputação, cortou dois dos dedos do assistente que segurava a perna do paciente. Sobrou ainda para um dos espectadores que teve seu paletó rasgado pelo bisturi de Liston. O homem achou que havia sido ferido e morreu na hora. A coisa piorou quando dias depois tanto o paciente como o assistente que tivera os dedos amputados faleceram.

Mas enfim, depois de muitos séculos de dor, em 1846 um dentista picareta chamado William Morton realizou a primeira extração dentaria sem dor. Oh! Que cousa! Ele propagou ao mundo o uso de um liquido chamado Letheon, que seus pacientes cheiravam e… pimba, nada de dor. O safado na verdade usava éter, mas deixa pra lá, porque a patranha foi descoberta e formou-se uma enorme quizumba em consequência do seu desejo de patentear o que já existia. De bom mesmo o que sobrou foi a ideia, que evoluiu para o uso do clorofórmio, usado no parto do oitavo filho da Rainha Vitória. A boa velhinha achou tão legal que liberou geral o uso da droga e daí em diante acabou-se a dor nas cirurgias.

Outra história incrível é a descoberta pelos médicos da importância de lavar as mãos pelo menos antes de realizarem cirurgias. Contaria a vocês com prazer, porém cadê espaço? Para quem tem interesse no tema recomendo os livros “Medicina dos horrores, “Medicina macabra” e “A fabulosa história do hospital”. Para os mais preguiçosos existem matérias resumidas em revistas nacionais.

E viva Bambam, o melhor anestesista daqui!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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