João Pessoa, 18 de junho de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O uso de álcool e outras drogas em excesso tem impacto direto no ambiente de trabalho: gera redução da produtividade, interfere no desempenho, na rotatividade funcional, no relacionamento interpessoal, seja na família ou com os colegas de trabalho, no absenteísmo, bem como na segurança e na saúde do trabalhador usuário e demais colaboradores.
Os efeitos e consequências deste comportamento inadequado praticado por parcela significativa dos trabalhadores, têm alcançado cada vez mais cidadãos e cidadãs, das mais diversas camadas sociais, independente de nível cultural, financeiro, social etc.
Assim sendo, infelizmente, toda a sociedade, de alguma forma, direta ou indiretamente está sendo vítima deste comportamento indevido.
Estudos da Organização Mundial do Trabalho apontam que 20 a 25% dos acidentes de trabalho em todo o mundo, envolvem pessoas sob efeito de álcool ou outras drogas. Ainda, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pessoas com problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas, faltam cinco vezes mais ao trabalho quando comparadas com aquelas não usuárias.
Também não é demais lembrar que as estatísticas demonstram que o tráfico ilícito de drogas e o uso indevido destas substâncias se constituem no principal e mais inflamável combustível para a violência hoje reinante em todo o mundo. E que, a camada social mais vulnerável e prejudicada, é exatamente àquela menos favorecida social e financeiramente.
Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil: a cada três horas em média, um trabalhador brasileiro recebe licença médica do trabalho para se tratar da dependência química ou das comorbidades a esta relacionadas. É importante registrar que, em se tratando do uso indevido de drogas, o maior prejuízo, na maioria das vezes, não é exatamente a dependência química, que por si só já é um grande problema, mas sim as ações ou omissões destes usuários quando sob os efeitos destas substâncias, pois rotineiramente praticam atos desastrosos, ou mesmo deixam de executar tarefas importantes e necessárias, resultando por vezes em consequências danosas e prejudiciais não só a estes consumidores, mas também àqueles que estão em sua volta.
Portanto, os números não deixam dúvidas, este é um problema real e crescente, que deve urgentemente ser enfrentado por toda a sociedade, devendo ser liderado e orquestrado pelos poderes constituídos, mas que precisa contar com a parceria indispensável das empresas, por intermédio dos seus empresários e funcionários. É importante ainda que estas ações educativas preventivas sejam estendidas às famílias destes trabalhadores, pois elas podem contribuir muito para o sucesso desta empreitada em prol da saúde de todos.
Para tanto, faz-se necessário que as empresas invistam em campanhas e ações educativas informativas e de assistência social e saúde com seus funcionários e familiares, objetivando com isto prevenir o surgimento de tais problemas e/ou que possam remediá-los precocemente.
Este é um investimento que, com certeza, trará benefícios e lucros tanto para as empresas quanto para os trabalhadores, seus familiares e a sociedade como um todo.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024