João Pessoa, 30 de outubro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Falta alguém dizer a cúpula do PSB que o jardim girassol comete uma séria tolice ao viver alimentando a tese de ter um vice do PSDB. Estratégia válida só se for para confundir ou afagar os tucanos, mas na prática improvável, a não ser que os socialistas obrassem o milagre de demover a candidatura tucana, algo ao sabor de hoje completamente impalatável ao senador Cícero Lucena.
Não há dúvidas de que a manutenção da aliança com o PSDB teria peso considerável em João Pessoa, entretanto, independente da formalidade de uma coligação o PSB já tem o máximo que pode: a maioria do tucanato votando, apoiando ou torcendo pela reeleição do prefeito Luciano Agra. E só isso já faz muita diferença.
A dissidência aberta dentro do PSDB não só causa desconforto e mal estar para o iminente e competitivo candidato do partido. Dessa vez, Cícero não terá a tiracolo, nos bairros e periferia da cidade, históricos aliados como João Gonçalves, Hervázio, Vera e Potengi Lucena e Luiz Flávio, perdas que devem ser traduzidas em votos.
Se quiser trabalhar com um cenário real, frutífero para os girassóis é jogar sementes no terreno mais fértil do PT, cuja simbologia enverniza a chapa, robustece o tempo do guia eleitoral e reforça a aliança com o bloco da presidente Dilma. É mais lógico e pragmático dialogar sobre a vice com os petistas. Se não, daqui a pouco, de tanto ouvir acenos da vaga para os tucanos, até a banda coutista do PT vai se convencer de que é melhor ter candidatura própria do que bater palma para o triunfo do PSDB.
No cravo –
O secretário Alexandre Urquiza, um dos jardineiros do coletivo girassol, até reconhece que o prefeito Luciano Agra irá enfrentar “grandes adversários” em 2012.
E na ferradura –
“Mas são grandes adversários (José Maranhão e Cícero Lucena) que não têm nada para mostrar. Diferente das gestões do PSB, que transformaram a cidade”, frisa.
Nas mãos de Rômulo –
O vice-governador Rômulo Gouveia terá que recorrer ao seu acervo de habilidade e versatilidade política para conciliar o desejo do deputado Doda de Tião, noviço governista, de se abrigar no PSD, e o veto do deputado licenciado Manoel Ludgério, que não aceita a operação por questões paroquiais em Queimadas.
Depende de Ludgério –
Em contato com a Coluna, Rômulo deixou claro que essa operação só é possível com o endosso de Ludgério, eleitor de Jacó Maciel para prefeito na cidade. “A idade de Doda tem que passar pelo deputado Manoel Ludgério. Temos dificuldades na área política”, reconhece o ‘gordinho’.
Apetite pela política –
Deu na coluna do notável Heraldo Nóbrega (heraldtribuna.com.br). Pedro, filho caçula do senador Cássio, esboça mais tino para a política do que o irmão primogênito, o empresário Diogo. É a Pedro que o ex-governador recorre quando se depara com articulação urgente.
Cobrança –
Do governador Ricardo Coutinho. “Nosso governo tem que ter grau de exigência. Eu tenho que me cobrar, pois tenho compromisso com aqueles…”.
Retribuição –
“… Que depositaram em nós a expectativa de mudar esse Estado. Se não fosse assim, não teríamos vencido a eleição”, diz Ricardo, em recado à própria equipe.
Segredo –
O advogado Michel Saliba, da defesa de Wilson Santiago, se exime de apontar pistas dos caminhos jurídicos que pretende tomar para evitar a posse de Cássio.
Bem guardado –
“Ainda que eu já soubesse, não poderia revelar. Ficaria dentro do planejamento estratégico”, desconversa Saliba, expert nos bastidores jurídicos de Brasília.
Linkado –
O deputado Domiciano Cabral (DEM) tem abusado, no bom sentido, das redes sociais. Ele usa com freqüência o twitter para colher subsídios ao mandato.
Banco de dados –
O senador paraibano Lindberg Farias (PT-RJ) contratou empresa especializada no envio de mensagens telefônicas padronizadas para os eleitores de todo país.
Mãozinha –
O recurso está sendo utilizado pelo senador para enquetes e serviu de ferramenta essencial para sua consagradora votação no Prêmio Congresso em Foco.
Contra o PSB –
Há quem diga que, as diferenças de projetos de Roberto Freire e Eduardo Campos em Pernambuco, podem respingar no final da crise do PPS na Paraíba.
Céu e inferno –
“Estão oferecendo essa vice a Deus e ao diabo”. Do deputado Luciano Cartaxo, sem especificar quem seria, na ótica dele, uma coisa ou outra. Nem precisa.
Pedras que cantam –
O que teria levado a prefeita de Pedras de Fogo, Clarisse Ribeiro, a exonerar pessoas da intimidade do deputado Manoel Júnior do primeiro escalão da Prefeitura?
PINGO QUENTE – “Vamos chamar viatura para quem quiser zombar da Assembléia”. – Do presidente da CPI do Outdoor, André Gadelha (PMDB), sem saber que nem o Exército é suficiente para calar o que muitos paraibanos acham de certos deputados.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024