João Pessoa, 25 de janeiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, afirmou nesta terça (24) que vai fazer mudanças no comando do orgão federal encarregado das obras contra a seca, o Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra a Seca). O diretor-geral do Dnocs é suspeito de privilegiar o estado de origem, o Rio Grande do Norte, na distribuição dos recursos federais.
“A nossa intenção é promover a renovação dos quadros diretivos das empresas vinculadas ao Ministerio da Integração. E essa renovação deve se dar até o inicio de fevereiro”, disse Bezerra.
Na edição desta terça (24), uma reportagem do jornal “O Globo” informou sobre uma auditoria feita pela Controladoria Geral da União (CGU) nas contas do Dnocs no ano passado.
Segundo o relatório, os prejuízos chegam a R$ 312 milhões. Na lista de problemas, estão licitações dirigidas, editais com empresas que desempenham atividades incompatíveis com o serviços prestados e pagamentos indevidos a funcionários.
A CGU também aponta concentração de convênios para ações contra desastres naturais no Rio Grande do Norte, que, de 47 projetos, recebeu 37.
O Rio Grande do Norte é o estado do diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes, e do padrinho político dele, o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves.
O deputado negou favorecimento. Ele disse que não quer “prejulgamentos” e pede apenas o “direito ao contraditório”. “A CGU é um órgão fiscalizador importante, mas não é dono da verdade. É preciso ouvir os outros órgãos”, declarou.
O diretor-geral do Dnocs também negou irregularidades. “Até hoje não fui condenado, não existe desvio de recursos, não existe improbidade administrativa, não existe inquérito contra quem quer que seja”, afirmou Fernandes.
O relatório da CGU ficou pronto no fim do ano passado. Depois de receber o documento, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, pediu à própria CGU a indicação de um nome para substituir o diretor-administrativo financeiro, Albert Gradvol, demitido nesta segunda (23). A controladoria indicou Vitor de Souza Leão, um nome técnico.
A demissão do diretor financeiro foi um primeiro passo para evitar a saída do diretor-geral Elias Fernandes. Nesta terça, o lider do PMDB, deputado Henrique Alves, apresentou explicações ao vice-presidente e colega de partido Michel Temer. Mas dentro do Palácio do Planalto já há uma negociação com o PMDB para trocar o diretor-geral do Dnocs, um cargo do partido. O PPS pediu ao Ministério Público Federal que investigue as denúncias no Dnocs.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024