João Pessoa, 24 de janeiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Os cientistas afirmam que uma labareda de uma tempestade no Sol pode enviar uma onda de radiação para Terra até quarta-feira. A radiação pode afetar o trabalho de astronautas e também interferir no funcionamento de satélites de comunicação, com efeitos perceptíveis na qualidade de sinal da internet. A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos informou que o Centro de Previsões de Clima Espacial, no Colorado, conseguiu observar uma erupção no sol no último domingo.
O campo magnético da Terra já está afetado por uma ejeção de massa da coroa solar, após uma erupção ocorrida na superfície do Sol na quinta-feira, 19 de janeiro, segundo os astrônomos. A agência governamental afirmou que a tempestade ganha força e uma onda de radiação se dirige rapidamente à Terra.
“Devido a esse fenômeno é quase certo que haverá uma tempestade geomagnética”, ressaltou um comunicado da NOAA. “A labareda solar associada alcançou sua máxima altura no dia 23 de janeiro”, acrescentou. Um modelo informático feito pelo Centro de Previsões aponta que esta onda da tempestade concentra seu maior efeito no campo magnético da Terra nesta terça. A radiação interfere com o funcionamento dos satélites e é um inconveniente em particular para os astronautas no espaço.
Labareda tardia – A agência espacial norte-americana (Nasa, na sigla em inglês) informou, em recente comunicado, que 15% das explosões solares têm distintas “fases de labareda tardia” que não tinham sido observadas e que podem ajudar a prever o fenômeno que explode rumo à Terra desde o Sol. O Observatório de Dinâmica Solar (SDO, na sigla também em inglês) da Nasa analisou 191 explosões solares desde maio de 2010 e descobriu que algumas das erupções têm uma fase tardia alguns minutos ou horas depois de começar, além de produzirem muito mais energia no espaço do que se acreditava até então.
– Estamos começando a ver todo tipo de coisas novas. Vemos um grande aumento nas emissões, desde meia hora a várias horas depois (da origem da explosão) que às vezes é maior que a emissão das fases originais da labareda – disse Phil Chamberlin, subdiretor cientista do projeto do SDO.
Chamberlin explicou que foram registrados casos nos quais, se fossem medidos apenas os efeitos da erupção principal, seria subestimada 70% da quantidade de golpes de energia recebida pela atmosfera terrestre. Uma análise mais detalhada da quantidade de energia depositada na atmosfera terrestre poderá ajudar os cientistas a quantificar a energia que o sol produz quando entra em erupção.
– Durante décadas, medíamos as erupções através do pico dos raios X. Mas começamos a ver que os picos não correspondiam aos dados e pensamos que era uma anomalia ou que algum de nossos instrumentos estava falhando – afirmou Tom Woods, cientista espacial na Universidade do Colorado. No entanto, à medida que confirmaram os dados com outros instrumentos, observaram que os padrões se repetiam ao longo dos meses, no Sol.
Correio do Brasil
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