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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Tristezas são belezas apagadas

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publicado em 09/07/2024 ás 07h00
atualizado em 09/07/2024 ás 08h16

Dessa vez nem barco, nem vela, talvez a utopia, mas a utopia não se realiza.

Sem saber o que escrever, se sobre o galo cego, um amigo querido que se foi, Onaldo Mendes ou a flor de maracujá.  Sequer mensagens  enviadas pela garrafa ou a  chuva que  jogou água nos meus olhos.

Eu Sabiá, que sabia menos das coisas só cantar. Quantas vidas nós temos?

Impossível ficar só na soleira. São tantos pisos, que não sei onde piso, mosaicos, chão batido, poço, nunca fundo do poço. Prefiro os cantos internos da casa.

Não sei explicar minha prosa porque não há prosa sem verso, sequer estejam desorganizados no papel ou no ecrã. Não sei explicar o óbvio, quando terá  sido o óbvio, quando não foi o ópio. Por isso, escrevo.

Uma conversa antiga naquela  mesa está faltando ele, na hora de café, na hora do almoço. Um amigo me mandou imagens da sua casa, do jardim, da fachada, hoje quase nada, a casa mais linda no coração na Nossa Senhora dos Navegantes, em Tambaú, onde vivi dias da minha vida

Estava na Rua Coração de Jesus, em Tambaú, lembrei de pessoas felizes até o pescoço, numa juventude que nunca terminava, gente que não vejo mais, de quem nunca mais tive noticia, porque “belezas são coisas acesas por dentro e tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento”.

Éramos a juventude desesperada de espírito, não sabíamos que no futuro, portas por abrir, quando erámos felizes sem mensagens, sem vídeos, nenhum stories.

Vidas que andam juntas, o sol na moleira, dor no pé, deu no pé.

Uma moça sertaneja, com certeza, um poema na janela de Januária, terno, eterno, mas não sei fazer poesia –  tão certa e completa e eu engatinhando nas circunstâncias, do encontro entre a palavra e o mundo, mundo, velho mundo, não me chamo Raimundo. Nem a pau, o Dorival.

Quando não há tema, eu invento e sou capaz de roubar os Anéis de Saturno da Rita Lee.

Kapetadas

1 – Sou a favor da criminalização do chato.

2 – Nunca vi tanto maconheiro sair do armário

3 –  O velho Morfeu, o melhor cicerone pro dia seguinte.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB