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Após dois meses de alta, volume de serviços fica estável em maio

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publicado em 12/07/2024 às 10h06
atualizado em 12/07/2024 às 09h32
Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE

O volume de serviços prestados no país apresentou estabilidade na passagem de abril para maio, após dois meses seguidos de alta, com ganho acumulado de 1,0%. Na comparação com maio de 2023, o setor teve expansão de 0,8%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada hoje (12) pelo IBGE.

No acumulado de janeiro a maio de 2024, o volume de serviços nacional cresceu 2,0% frente ao mesmo período do ano anterior. Já nos últimos 12 meses, a taxa acumulada é de 1,3%. Em maio, o setor de serviços se encontrava 12,7% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 0,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica (dezembro de 2022).

“Apesar da variação nula, houve disseminação de taxas negativas tanto em termos setoriais, como em termos regionais”, aponta Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa. Das cinco atividades da PMS, três apresentaram queda. Destaque para o setor de transportes, que recuou 1,6%. “Influenciado, principalmente, pela menor receita vinda do transporte aéreo, e, em seguida, do rodoviário coletivo de passageiros”, explica o pesquisador.

As outras duas retrações ocorreram em informação e comunicação (-1,1%) e em outros serviços (-1,6%), que vinham dois resultados positivos seguidos, com altas de 5,3% e 4,5%, respectivamente.

Ainda ante abril, entre os setores com expansão no volume de serviços, destaque para serviços prestados às famílias, que cresceu 3,0%, recuperando integralmente a perda do mês anterior, de 2,7%. A principal contribuição positiva nesse setor veio dos restaurantes. “A ocorrência do Dia das Mães pode ter ajudado a explicar esse avanço, por conta de um movimento maior de pessoas que saem para comer fora de casa em reuniões familiares. Além disso, aconteceu o show da Madonna no Rio de Janeiro e eventos de grande magnitude, com grande fluxo de pessoas, costumam impactar essa atividade econômica”, analisa Lobo. A outra alta foi do setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, cuja expansão de 0,5% recuperou apenas parcialmente a queda de abril.

De abril para maio, 19 UFs têm queda no volume de serviços

A PMS também mostrou que, regionalmente, a maior parte (19) das 27 UFs registrou queda no volume de serviços na passagem de abril para maio de 2024. A principal retração foi de Minas Gerais (-2,9%), seguida por Santa Catarina (-3,6%), Bahia (-4,1%), Maranhão (-8,7%) e Distrito Federal (-2,1%).

Entre as altas, destaque para Mato Grosso (6,2%), que exerceu a principal contribuição positiva do mês, seguido por Tocantins (27,7%). “Em ambos os casos, os avanços de maio têm conexão com o aumento do transporte de carga, fundamental tanto para transporte de insumos como para o escoamento da produção agrícola, ponto forte da economia da regão centro-oeste”, ressalta Rodrigo Lobo.

Outro estado a avançar em maio foi o Rio Grande do Sul, com crescimento de 0,6%. “Em termos de volume, houve crescimento, mas quando se olha a receita nominal, há uma queda de 13,6%”, destaca o pesquisador. Isso se deve, continua Lobo, à queda brusca dos preços dos pedágios (-86,18%) apurados pelo IPCA no mês de maio e como este subitem é usado para deflacionar as receitas nominais das concessionárias de rodovias na pesquisa mensal de serviços, isso acabou acarretando um aumento do volume de serviços no estado gaúcho. Vale destacar que várias concessionárias de rodovias interromperam as cobranças de tarifas no Rio Grande do Sul, visando facilitar o deslocamento de veículos que transportavam donativos ou que estivessem envolvidos em operações de resgate de vítimas das enchentes no estado. “Para entender o real impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, em termos de volume de serviços, será necessário considerar a evolução dos preços de determinados serviços nos meses subsequentes”, afirma o gerente da PMS.

Alta de 0,8% na comparação interanual é acompanhada por 14 unidades da federação

Quando comparado a maio de 2023, o volume do setor de serviços de maio de 2024 cresceu 0,8%, após também ter avançado em abril (5,5%). Quatro das cinco atividades e 48,2% dos 166 tipos de serviços cresceram. Entre os setores, o de informação e comunicação, com avanço de 4,2%, exerceu o principal impacto positivo. As demais altas foram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (3,4%); dos serviços prestados às famílias (6,5%) e dos outros serviços (3,3%). A única queda foi dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, de 4,8%.

Ainda na comparação interanual, entre as unidades da federação (UFs), 14 das 27 acompanharam a taxa nacional. A contribuição positiva mais importante ficou com São Paulo (2,1%), seguido por Minas Gerais (1,8%), Rio de Janeiro (0,6%), Amazonas (3,1%) e Bahia (1,3%). Entre as quedas, destaque para Rio Grande do Sul (-5,4%), que liderou as perdas do mês, seguido por Mato Grosso (-8,6%) e Mato Grosso do Sul (-8,2%).

IBGE

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