João Pessoa, 28 de outubro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Não faz muito tempo e o PPS era só um nanico lembrado, a cada eleição, por grupos políticos interessados apenas no componente de tempo para guia eleitoral. Não mudou muito, mas a eleição de dois deputados estaduais pelo menos colocou a legenda em evidência e deu tamanho suficiente para figuração no primeiro escalão do Governo.
Bastou ganhar razoável vitamina e o PPS perdeu o prumo. Quem deveria segurar firme a direção e seguir a rota da unidade partidária, até então característica marcante da agremiação de Roberto Freire, preferiu seguir o atalho e orientar um deputado a escolher o caminho do conchavo escondido, seduzido a ostentar a uma “meia vitória”.
Foi o que se deu entre José Bernardino e o deputado Janduhy Carneiro. O primeiro estimulou e apoiou o segundo a trair o Governo que ajudou a eleger e defendeu como um lobo feroz até pouco tempo. Janduhy podia até ter suas razões para arrotar insatisfação com Ricardo, mas nessa hora deveria entrar em cena um presidente conciliador e não um conselheiro da discórdia.
Janduhy só deu a “rasteira” no Governo porque contou em seu favor com o endosso do seu líder partidário. Nessa crise, Bernardino errou mais que o seu liderado. Ao invés de ponderar e jogar água para umedecer a lã do carneiro, ele optou por jogar o cordeiro na fogueira. Nem percebeu que também estava traçando o próprio sacrifício.
Essa inabilidade levou o PPS a ser hoje um pequeno partido com um grande dilema: resolver o problema de ter dois presidentes. Impasse que poderia ter sido evitado se tivesse pelo menos um presidente. De juízo.
Jogou a toalha –
Por não agüentar o efeito da derrota ou por não suportar a pressão governista, Bernardino entregou a Secretaria-Executiva da Administração Penitenciária.
Ainda vivo –
No entanto, ele mostrou certo prestígio com a direção nacional do PPS. Trouxe o deputado Raul Jungman para falar grosso e mandar recados ao Governo.
Raul e a mosca na sopa da ala governista –
Ousado, o pernambucano primeiro avisou que o PPS terá candidato próprio em João Pessoa, como repentinamente passou a desejar a dupla Bernardino-Janduhy, e mandou um seco e irado torpedo ao governador Ricardo Coutinho. “O PPS não se vende e não se compra. Quem está pensando nisso vai quebrar a cara”.
Ex-comunista pede calma –
Já o presidente nacional da legenda, Roberto Freire, trocou tuitadas com o vereador pessoense Bruno Farias, recém-eleito por aclamação vice-presidente estadual do PPS. Freire orientou o cessar de ameaças de expulsão no partido. “Tranquilidade nesse momento é fundamental”.
Gilma e a postura de magistrada –
No meio desse tiroteio verbal, ponto para a deputada Gilma Germano que age com cautela, evita declarações incendiárias e adota tom extremamente conciliatório. Postura de quem quer realmente reconstruir a unidade partidária. “Ainda não é o momento de se discutir eleição. Não é agora”.
Pra fechar –
Nos momentos que antecedem a coreografada despedida, o senador Wilson Santiago (PMDB) abraçou uma bandeira interessante e profícua para a Paraíba.
Gigante –
Ele conversou ontem com o executivo Terry Gou, a quem sugeriu a instalação da Foxconn na Paraíba. A multinacional quer investir U$ 12 bi no Brasil.
Presente de grego
O presidente Aucélio Gusmão descontou desta vez 12% dos honorários dos cooperados da Unimed João Pessoa. Não levou em conta nem o mês dos médicos.
Mensaleiro –
Delúbio Soares, operador do mensalão, desembarcou ontem na Paraíba. Como parte de seu périplo pelo país, ele entregou provas de sua ‘inocência’ na OAB.
Tapete –
Em João Pessoa, Delúbio foi carinhosamente recepcionado pelo deputado Luciano Cartaxo, Rodrigo Soares e Anselmo Castilho, ases do PT paraibano.
Oficial –
O deputado estadual Doda de Tião já não é mais do PMDB. Segundo fontes do partido, ele entregou pedido de desfiliação ao diretório de Queimadas.
Embasado –
Contactado pela Coluna, o advogado Demetrio Almeida desconversou, mas ressalvou: “Se fez isso, ele está amparado pela Resolução 22.610 do TSE”.
Fundamentação –
Doda alega grave discriminação pessoal e até ameaça de expulsão. Se provar, fica livre para se filiar a um novo partido (PSD) ou qualquer outra legenda.
Sangue nas veias –
O prefeito Antônio Gomes (PSDB) convocou os filhos Alisson (digitador), Alan (fiscal) e Rosemagna (pedagoga), aprovados no último concurso de Marí.
Grande família –
A ‘farra’ foi denunciada pelo vereador Ednaldo Martins (PSB), que promete levar o assunto ao Ministério Público. Talvez seja caso para Vara de Família.
PINGO QUENTE – “Não dá pra ser denorex”. – Do deputado pernambucano Raul Jungman vindo de Recife ditar que o vereador Bruno Farias deve sair da base de Agra ou entrar na fila dos desfiliados do PPS.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024