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Presidente do CRM-PB defende controle das bolsas de residência; médicos criticam

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publicado em 15/07/2024 às 14h56
atualizado em 15/07/2024 às 13h22

O presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), Bruno Leandro de Souza viralizou entre os grupos de médicos nas redes sociais do país após defender, durante entrevista, que o governo é quem deve decidir sobre as especialidades que devem receber bolsas de residência médica. A defesa do médico gerou revolta da classe no estado e nacionalmente, pois os profissionais entendem ser um sistema de imposição, nada democrático.

“No Canadá, que é o seguinte, a residência médica é financiada pelo sistema público. Aí o que o pessoal lá faz? Eu preciso de quê? Preciso de obstetra e pediatra? Então as bolsas são para obstetra e pediatra. Você quer formar dermatologista, por exemplo? Quer, mas não vai ter a bolsa que vai ter para obstetra e pediatra, porque meu canal de formação, o meu sistema público precisa disso. Então essa inteligência, nós temos que trazer um modelo que já é gestão baseada em evidência”, destacou Bruno Leandro.

Médicos paraibanos reagiram à defesa feita pelo presidente do CRM-PB. Em grupos, os profissionais dizem que “o controle estatal na liberação de bolsas para residência não só é perigoso como deveria ser banido”. Outro disse que “quem defende isso não vive no país ou possui interesses escusos e pessoais”.

Um dos profissionais destacou também que “o controle de bolsas desvirtua o propósito da residência médica e é endereçado para substituir a força de trabalho onde o governo tem interesse. Essa escolha é baseada na vontade e interesse político do estado”. Outra profissional, em um grupo de debates nacional, diz que não se pode “jamais compactuar com isso, e quem o faz age de má fé ou demonstra uma completa ignorância do significado da residência médica”.

Os médicos temem que o controle estatal na liberação das bolsas seja utilizado de forma política para manobras. “Jamais o médico que pleiteia uma especialização deverá ser tratado como massa de manobra política ou econômico-financeira de um país. Quem defende algo assim se mostra a favor de uma socialização da medicina, embora utilize um discurso que mascara suas reais intenções, fingindo-se de bem intencionado, disse um dos profissionais da Medicina na Paraíba.

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