João Pessoa, 27 de outubro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Conciliar a candidatura própria do PSDB em João Pessoa com o prolongamento da aliança tucana e socialista, sacramentada com o governador Ricardo. Essa operação é viável sem que haja ruptura definitiva entre Cássio e Cícero?
Pode até ser possível, mas exigirá dos dois antigos companheiros muita habilidade, compreensão e voluntarismo. Resta saber se ambos ainda nutrem mutuamente esses adjetivos vitais na amizade e relação política de décadas.
Quando Cássio reconhece a garantia da legenda para Cícero disputar em 2012, colocando, porém, a trava do respeito à aliança de 2010, o ex-governaor está dizendo que não aceita a dobradinha explícita do “caboclinho” com o PMDB.
Mas teria Cássio, celebrante do acordo político que abraçou a candidatura de Ricardo Coutinho, autoridade para exigir distanciamento de Maranhão, de quem Cícero foi eleitor em 2010 para governador e pode receber o voto no pleito da Capital?
Não, obviamente. Essa reconciliação só prosperará se a dupla decidir zerar o jogo, sem cobranças. Entretanto, ficou cristalino que, ao colocar essa ficha na mesa, Cássio inverteu os pólos e deixou a escolha nas mãos de Cícero.
Nesse labirinto, o ex-prefeito terá que optar entre a fidelidade ao cassismo, sem necessária conversão ao ricardismo, ou a continuidade do namoro com o maranhismo, que já noivou em 2014 com Veneziano. Como se vê, o casal divorciado vai ter que arranjar muito tempo para discutir essa relação. Se é que ainda há o que discutir…
Na hora “H” –
Apesar da ausência nos eventos cassistas após a decisão do STF, o senador Cícero tem, em Brasília, dedicado empenho para garantir a posse de Cássio no Senado.
Pressão –
Cícero passou todo o dia de ontem em reuniões e articulando senadores do PSDB para pressionar a Mesa Diretora a acelerar a investidura do novo senador na Casa.
Cautela na Mesa e o sabor final –
Prevaleceram a pressão da bancada tucana, o conteúdo irrefutável da decisão do STF e a certidão do TRE na hora da definição da pose de Cássio, marcada para o próximo dia sete. A Mesa Diretora evitou, porém, tratar a substituição de Wilson Santiago (PMDB) como ‘despejo’ sumário, como queria o novo senador e seus aliados.
Contagem regressiva elastecida –
Pelo visto, a equação, se não era a almejada, pelo menos contemplou o desejo de Cássio. Antecipadamente, ele chegou a considerar um absurdo se não pudesse assumir o cargo no máximo em 48 horas. Pela decisão da Mesa, serão agora 288 horas. Quase nada pra quem já esperou tanto…
PPS muda de comando –
Com a presença de 91 dos 120 delegados municipais, o PPS elegeu a deputada estadual Gilma Germano como a nova presidente, em substituição a José Bernardino, há cinco anos no comando. As lideranças garantem que este foi o Congresso da legenda com maior participação regional.
Tapetão –
Inconformado, José Bernardino já se articula para derrubar, via Roberto Freire, o saldo do Congresso Estadual do PPS. “Vou aguardar a decisão da nacional”.
Pra próxima –
O deputado Adriano Galdino (PSB) aconselhou Santiago. “Ele tem estrutura e capacidade para se eleger noutro momento. Dessa vez, foi Cássio”.
Esticar, pra quê? –
O tucano Hervázio Bezerra sugeriu ao senador peemedebista uma saída elegante durante a transição da assunção de Cássio para evitar maior desgaste.
Alívio –
O empresário Ronaldinho Cunha Lima ainda festeja o triunfo do irmão. “É uma alegria vê-lo voltando como senador, depois de viver tantas adversidades”.
Nas nuvens –
O prefeito Luciano Agra foi à Brasília no mesmo avião com Cássio. Passou a viagem sonhando estender o plano de vôo PSDB/PSB para 2012 na Capital.
No stress –
O senador Vital Filho (PMDB) vê com naturalidade a chegada de Cássio. “O que importa é que todos nós representemos a Paraíba com dignidade”.
Encanado –
O vereador Fernando Carvalho (PT do B) avisou que “vai mergulhar nos dados” para saber a verdade dos números de esgotamento sanitário de Campina.
Saldo positivo –
O presidente Durval Ferreira (PP) comemorou o balanço legislativo de João Pessoa. Já foram aprovados 2.500 requerimentos em 93 sessões ordinárias, até aqui.
Divagações tucanas –
“Não existe briga entre Cássio e Cícero, fazem a briga”. Otimista leitura do ex-deputado estadual João Fernandes, secretário-geral do PSDB da Paraíba.
Munição –
Aquela famosa eleitoralista com atuação no Planalto andou colhendo informações sobre o Caso Wilson Santiago junto a renomado advogado paraibano.
PINGO QUENTE – “Ministro dos Esportes marcou gol contra e levou cartão vermelho”. Do deputado federal Efraim Filho (DEM) comemorando sarcasticamente a queda de Orlando Silva, dos Esportes, mais um ministro fora do campo de Dilma.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024