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Professor universitário
Graduação em Comunicação Social/UEPB
Extensão Acadêmica em Relações Internacionais/PUC PERU
Especialista em Gestão Pública/IFPB
Mestre em Ciência da Informação/UFPB
Doutorando em Ciência da Informação/UFPB
*Coluna: Política internacional*
ELEIÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS

OPINIÃO: ‘Kamala e o sonho americano: ela dobrará a aposta?’

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publicado em 25/07/2024 ás 15h31
atualizado em 25/07/2024 ás 15h50

Nascida em 20 de outubro de 1964, em meio a uma ebulição sociocultural sem precedentes, Kamala Devi Harris herdou o jeito combativo da mãe ativista e pesquisadora do câncer e a alta disciplina do pai professor.

Tais atributos foram preponderantes ao longo de sua trajetória, rompendo barreiras e tornando-se pioneira em cargos judiciais e da esfera política.

Nada disso se compara ao desafio de dobrar a aposta nos livros de história ( Kamala já é a primeira mulher vice-presidente dos EUA) com a possibilidade de liderar o país a partir de 20 de janeiro de 2025.

Com a desistência de Biden, Kamala galvanizou nesta semana um protagonismo esperado desde sua posse. Ao longo dos quase 04 anos, as expectativas criadas pela opinião pública eram imensas, tendo em vista sua capacidade técnica e por ser uma exímia debatedora.

Contudo, as missões complexas dadas pelo Presidente, como coordenadar a migração interna e mediar o conflito na Ucrânia, acabaram por potencializar sua rejeição em um governo mal avaliado (apesar do crescimento econômico e a geração de empregos, a inflação galopante dilui o poder de consumo das famílias).

Ao incorporar o discurso em defesa dos direitos reprodutivos das mulheres, Kamala conseguiu a partir de 2023 uma conexão com o público mais progressista, o que também atrai a desconfiança do eleitor mais ao centro e independente, extrato que Biden conquistou em 2020.

Num primeiro momento, sua pré-candidatura energizou a base democrata, antes, reticente e desmotivada diante da onda republicana cravada nas pesquisas e pelos últimos acontecimentos que impulsionaram Trump.

Agora, com muito dinheiro em caixa, Kamala tem 120 dias para reverter a pequena desvantagem, para isso volta seus olhares para o eleitor negro, jovem, latino e mulheres nos 07 estados que definirão a eleição: Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Nevada, Arizona, Carolina do Norte e a Geórgia.

Num ritmo frenético de fatos que mudaram a corrida eleitoral e por consequência, os atores nela envolvidos, é possível vaticinar que até o dia 05 de novembro, a disputa americana mais acirrada desde o pós-guerra tende a envolver muita desinformação e ataques ideológicos.

Independente do vencedor, presenciaremos uma transformação geopolítica que impactará a todos nós! Na máxima poética, nada será como antes.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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