João Pessoa, 26 de outubro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Por mais dolorido que seja, o sofrimento é capaz de produzir pedagogias, ensinamentos e lições. Por mais paradoxal que pareça, a dor tem esse poder de transformação. E o martírio vivido pelo senador Cássio Cunha Lima tende a refletir na postura do tucano daqui em diante. É o que ele próprio tem externado.
A julgar pelas últimas entrevistas, Cássio tem se empenhado em suplantar o ‘rame-rame’ político, embora seja provocado nessa esteira por nove de cada dez perguntas da imprensa, ávida por saber as reações sobre temas da ordem do dia.
E que assim seja. A luta travada por Cássio não pode se resumir ao embate jurídico, que ao final lhe favoreceu. Quem experimentou o amargo e o doce da política encontra base para se abster da mesquinhez nossa de cada dia.
Mesmo tendo sido vítima de campanhas implacáveis e do acirramento político vigente, e justamente por conseguir atravessar essa fase, Cássio está maduro suficiente para ser um agente conciliador dos tensionamentos agudos da Paraíba.
Foi pelo triunfo desse Cássio que a Paraíba esperou e torceu. Por tudo que viveu, pelas reviravoltas, desesperança, encorajamento e gestos de solidariedade, Cássio tem a obrigação de corresponder as melhores expectativas depositadas pelo povo.
Com toda a vivência administrativa e política acumulada, e pelo próprio testemunho pessoal, Cássio pode liderar – não no sentido de superioridade – a construção de uma nova cultura política, sem ódio e retrovisor, por mais distante que essa realidade possa parecer. Ninguém mais que ele sabe que vale a pena persistir.
Nova pauta –
Na coletiva, ontem, Cássio chegou a censurar a imprensa, com ponderação e polidez, e pedir a inclusão de perguntas voltadas para os grandes temas da Paraíba.
No caderninho –
Os atentos cassistas anotaram as três ausências do senador Cícero Lucena: na chegada à Campina, na diplomação no TRE e na entrevista coletiva da Fecomércio.
Ricardo e Agra na posse –
O governador Ricardo Coutinho está em Brasília hoje cumprindo agenda nos ministérios ao lado do prefeito de João Pessoa, Luciano Agra. No entanto, a dupla socialista já reservou espaço para comparecer à posse de Cássio no Senado, caso a Mesa Diretora decida cumprir a formalidade logo de imediato.
Endurecendo o jogo –
Ricardo descartou qualquer retomada de diálogo com o Sindifisco. Pelas contas do governador, o sindicato dos agentes fiscais já foi recebido por 19 vezes. “Somente eu me reuni duas vezes com a categoria”, frisou Coutinho. Noutro plano, o Sindifisco continua reclamando falta de diálogo.
Sede pelas águas da transposição –
Antes da posse já há uma convergência. O senador Vital Filho (PMDB) prometeu cobrar a retomada das obras da transposição do Rio São Francisco, em São José de Piranhas, Alto Sertão da Paraíba. Na coletiva, Cássio também tocou no assunto e sinalizou engajamento na causa.
Não se rende –
O advogado Michel Saliba, da defesa do ainda senador Wilson Santiago (PMDB), estuda ingresso no TSE de um recurso contra diplomação de Cássio.
Sinônimos –
Saliba não acredita em procrastinação do Senado, mas deixou escapar o secreto desejo: a consultoria jurídica da Mesa pode ter uma ‘interpretação diferente’.
Intrincamentos –
O jurista tentou desmentir a participação da advogada Luciana Lóssio, nova ministra do TSE, no Caso Santiago. “Ela saiu do processo e já foi substituída”.
Interesse –
Na verdade, o escritório dela já havia sido contratado pelo peemedebista. Com a nomeação, Lóssio não pode mais atuar no processo. E torcer, pode?
Pra recordar –
Ainda no último dia 13, a Coluna deu a pista ao noticiar a nomeação de Lóssio, com a pimenta de que havia ‘alguém’ na Paraíba com motivo para comemorar.
Agulhada –
O advogado Luciano Pires, da banda de defesa de Cássio, classificou de “desespero jurídico” os sinais de sublevação da parte que advoga para Santiago.
Espalhando brasa –
Na defesa da candidatura de Luciano Cartaxo, o deputado Anísio Maia (PT) não poupou nem os aliados da Oposição. “Maranhão já devia ter encerrado sua jornada”.
Contestação –
O deputado Janduhy Carneiro voltou a acusar golpe no Congresso do PPS, programado para hoje, 13h, na sede da OAB. “O processo está eivado de ilegalidade”.
Sem arestas –
Apesar da resistência bernardina, a deputada Gilma Germano, nome quase de consenso no PPS, espera a presença do presidente do partido no Congresso.
Túnel do tempo –
“Ricardo também disse que a aliança seria duradoura com Maranhão”. Lembrança da infalível memória do vereador pessoense Fernando Milanez (PMDB).
PINGO QUENTE – “Wilson Santiago era…” – Do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) considerando um “absurdo” a possibilidade de não tomar posse nas próximas 48 horas no Senado pelas mãos da Mesa Diretora.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024