Por dever de ofício, recentemente, visitei uma Escola Pública, aqui na nossa Capital. Recebi convite para conhecer de perto aquele estabelecimento de ensino, parceiro antigo dos Projetos Sociais desenvolvidos pelo Juizado Especial Criminal da Comarca de João Pessoa. Apesar da agenda apertada, o velho professor interior falou mais alto, e consegui encaixar  horário.

Distante há décadas do ambiente escolar, em especial do que atualmente se chama Ensino Fundamental, estava com a curiosidade aguçada. Celebrava-se o Dia da Mulher Negra, Latinoamericana e Caribenha. Ainda, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.

Estavam programadas apresentações teatrais , declamação de poesia de cordel , música e palestras alusivas aos temas. Uma explosão de cores. Lindas meninas , orgulhosas de sua negritude e de sua condição de mulher, deram verdadeiro espetáculo. Discutiram o preconceito racial e a misoginia , reclamando respeito e igualdade social . Protestos contra o abuso sexual de crianças e adolescentes, expondo o crime , e pregando irresignação e o fim do silêncio conivente.

Rapidamente, foi apresentado painel sobre o ECA , enfatizando os DIREITOS da criança e do adolescente, e , também, seus DEVERES, em perfeito equilíbrio com a vontade do legislador.

Pequenos poetas, em uniforme escolar, declamaram suas composições em forma de Cordel , valorizando a cultura do nosso povo, através de uma das mais próprias de suas manifestações. Uma beleza só.

Contrariando as falsas notícias que tanto assolam as redes sociais, não vi qualquer apologia ao “mal”. Não vi qualquer manifestação da tal “ideologia de gênero”, que, dizem, assola o ensino público. Nada disso.

O que vi foi Gestores , Professores e Funcionários empenhados, comprometidos em bem formar seus alunos , além da matriz curricular, como verdadeiros cidadãos. Essa preocupação se mostra nos detalhes: o cuidado com os alunos, o zelo com as instalações físicas, a sala de música muito bem cuidada, o grupo teatral estruturado, a banda marcial , a rádio escolar .

Recorrendo ao que já foi tantas vezes dito, e poucas vezes ouvido: sem educação de qualidade, é impossível haver desenvolvimento. A Escola Municipal Padre Pedro Serrão faz a hora, não espera acontecer.

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