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Formada em Direito, Administração com ênfase em Comércio Exterior e pós-graduada em Comunicação Corporativa pela Universal Class da Florida.
É lider climate reality change pelo Al Gore e ceo do site Belicosa.com.br onde escreve sobre comportamento digital e Netnografia.

Infodemia:  Sobrecarregados de Informação

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publicado em 31/07/2024 ás 07h00
atualizado em 30/07/2024 ás 19h22

Como  se proteger do excesso de informação

Já ouviu falar de  infodemia?  Nada mais do que a sobrecarga de informação, essa nomenclatura   sugere algo maior: Estamos todos sobrecarregados de informação, não sabemos o que fazer e isso esta afetando nossa saúde.

Não é à toa que pessoas no mundo todo relatam constante estresse e dificuldades para tomar decisões devido à quantidade de informação recebida ao longo do dia.

Apesar de ter ganhado mais atenção depois da pandemia, a infodemia não é um fenômeno novo. O jornalista americano David J. Rothkopf é o criador do termo, mencionando-o pela primeira vez na sua coluna no  jornal Washington Post, em 2003.

Mas somente em 2020 que a  OMS (Organização Mundial da Saúde) reconheceu e classificou a infodemia  como: “O excesso de informações, algumas precisas e outras não, que torna difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa”

Você esqueceu o nome de alguém que conheceu ontem? Não lembra a última da ultima serie que viu no netflix? Ou desaprendeu a andar de bicicleta? Você não está sozinho. Todos nós estamos sofrendo do mesmo diagnóstico: a Infobesidade e ela esta abalando nosso equilíbrio.

Desde a industrialização do mundo, o excesso de informação tem acompanhado o contexto histórico das nações, impedindo que os indivíduos ajam de forma adequada às novas sensações.

O que mudou agora é a velocidade com que isso acontece. Imagine que sua mente está em um supermercado cheio de promoções, onde todas as ofertas são atrativas, mas você só pode escolher um item para produzir uma ação. Assim, a infobesidade faz com que nosso cérebro receba tantos estímulos que não consegue decidir.

Ao mesmo tempo que somos receptores de informação, também somos transmissores. Isso nos transforma em vítimas da quantidade de informação produzida e coletada.

A internet duplica, triplica e multiplica toda a informação recebida, mesmo que ela seja descartável ou fake fazem nosso cérebro ficar confuso e isso atrapalha nossa percepção.

Muitos tendem a submergir em um emaranhado de referências que não são saudáveis ou úteis. O problema não é da tecnologia, mas de comportamento. Afinal, é você que decide qual informação gera conhecimento e qual deve ser rejeitada.

Em escala profissional, o assunto é preocupante. Mas, quando falamos do excesso de informação em crianças, o tema se torna assustador. A possibilidade de produzir gerações inteiras de pessoas altamente conectadas, mas sem a capacidade de distinguir perigos iminentes, nem de se adaptar e ser alfabetizadas corretamente, é alarmante.

Para Rothkopf , o criador do termo a infodemia é: “Alguns fatos, misturados com medo, especulação e boato, amplificados e transmitidos rapidamente em todo o mundo pelas modernas tecnologias da informação, afetaram as economias nacionais e internacionais, a política e até a segurança de maneiras totalmente desproporcionais às realidades básicas”.

Mas o que fazer para não ficar obeso de informação?

A infobesidade não é um problema sem cura. Hábitos simples com  impactos positivos que podemos praticar todos os dias.

Informação com Hora Marcada

Não passe o dia todo coletando dados que não vai usar. Escolha um horário para ler sites, se atualizar e obter informações. Depois, dedique-se ao planejamento, análise e execução. Existem outras atividades nas 24 horas do seu dia.

Cara a Cara

Converse com seus colegas pessoalmente, não só pelo WhatsApp. Quando utilizamos a informação local, processamos melhor as atitudes globais.  Uma empresa que tem filiais por exemplo, consegue muitas vezes mapear a experiencia do cliente de forma mais assertiva porque conversa  com o consumidor cara a cara e gera mais insigths, devido à melhor percepção das expectativas locais.

Cuidado com Fake News

Se eu mandar você pular da ponte, vou receber uma risadinha como resposta, certo? Porém, em ambiente digital, quando recebemos uma informação, o que fazemos? Compartilhamos! E aquele velho hábito de checar se isso vem de uma fonte segura passa despercebido.

Desconecte-se

Quando disse a um profissional que durmo com meu smartphone fora do quarto e acordo com despertador, vi o desespero em seu rosto. Mas, Belicosa, e quando alguém precisa falar com você? E se for emergência?

A resposta é sempre a mesma: se for emergência, as pessoas vão me ligar, não me enviar uma mensagem, um áudio ou e-mail. O que quero dizer é que seu sono precisa ser reparador; senão, seu corpo não vai funcionar direito. Ache um tempo para se desconectar e se conectar ao que realmente importa.

A infodemia é um desafio crescente, mas com a adoção de estratégias simples e eficazes, podemos reduzir significativamente seu impacto em nossa saúde e bem-estar. Adotar esses hábitos  muitas vezes tidos como bobinhos vai te manter equilibrado diante de tantos estímulos e não só melhorar seu  desempenho pessoal como  profissional, equilíbrio sempre.

Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB