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NA UTI

Após 13 anos do racha, Zé Maranhão fala de relação atual com Ronaldo

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publicado em 17/01/2012 ás 20h00

O ex-governador José Maranhão (PMDB) decidiu falar de seu relacionamento com o ex-governador Ronaldo Cunha Lima (PSDB), disse que não é “inimigo” de Ronaldo e chegou a se solidarizar com a família do poeta, que está internado na UTI do hospital da Unimed, em João Pessoa.

“Nós somos adversários políticos, mas não somos inimigos”, disse Maranhão.

As duas expoentes lideranças protagonizaram um dos maiores rachas da recente história política da Paraíba em 1998, divisão herdada por Cássio e alimenta disputa até hoje no Estado entre os aliados de Maranhão e dos tucanos.

Maranhão fez questão de registrar que sua disputa com o ex-governador é fruto de divergências políticas e não pessoal.

Ronaldo Cunha Lima enfrenta graves dificuldades na saúde desde o final do ano passado, com seqüenciais internações em UTI provocadas por problemas respiratórios. José Maranhão afirmou que acompanha a dificuldade do poeta, ressaltando a apreensão que os paraibanos estão com o quadro clinico do ex-governador.

“Minhas solidariedade humana para ele e toda sua família”, disse Maranhão.


Entenda  o racha que fez Maranhão permanecer no PMDB e Ronaldo migrar para o PSDB                    
(*Texto adaptado do Diário da Borborema)

O ambiente era de festa no clube em Campina Grande, mas ficou marcado pelo racha político que dividiu a Paraíba desde 1998

 Era 21 de março de 1998, noite de festa, de comemoração do aniversário do então senador peemedebista Ronaldo Cunha Lima. Presentes no Clube Campestre, em Campina Grande, cerca de dois mil convidados, dentre eles os principais nomes do PMDB, à época detentor da absoluta hegemonia no estado. Ninguém ali imaginava, mas aquele dia estava predestinado a mudar os rumos da política paraibana. Ronaldo tomou o microfone, proferiu um duríssimo discurso contra o governador José Maranhão, seu correligionário, que exercia o primeiro mandato. Veio o rompimento das relações, o racha no PMDB, a ruptura que, até hoje, marca o cenário político paraibano.

Desde então, o processo eleitoral do estado, destacadamente a corrida pelo Palácio da Redenção, passou a figurar como reedição da disputa extravasada naquele terceiro sábado de março. Antes, era o PMDB todo poderoso, dominando absoluto o palco das eleições. Dali em diante, seria o "maranhismo" contra o "ronaldismo" – este continuado pelo "cassismo.

Em 1998, no primeiro embate, Maranhão levou a melhor. Logo após o racha, as duas correntes foram à convenção do PMDB, para disputar a indicação do partido para a candidatura ao governo do estado. Ronaldo perdeu, acusações de irregularidades no processo foram propagadas, sem efeito, e o senador migrou para o PSDB, levando seu grupo de seguidores. O governador, tendo vencido a eleição antecipada que foi a convenção, com caminho livre não teve adversário à altura durante a campanha, conquistando a reeleição. Maranhismo 1 a 0.

Quatro anos depois, sem um nome forte para enfrentar Cássio Cunha Lima, então prefeito de Campina Grande e favorito nas pesquisas daquele momento, Maranhão indica como candidato o vice-governador, Roberto Paulino, que assumira o governo com o afastamento do titular para a disputa do Senado. Apesar do favoritismo inicial do tucano, Paulino cresceu e a disputa foi ao segundo turno, mas a reação parou ali, e Cássio acabou eleito. Disputa empatada, 1 a 1.

Em 2006, ocorre o esperado confronto nas urnas entre Cássio e Maranhão. Na batalha pelos dois maiores colégios eleitorais do estado, o senador Maranhão tinha, ao seu lado, a força do maior, João Pessoa, mas, o governador Cássio contou com uma maioria tão ampla em Campina Grande que não apenas superou o prejuízo sofrido na capital, como abriu margem sobre o oponente quando somadas as urnas das duas cidades. No cômputo geral, com uma maioria superior a 52 mil votos, Cássio acabou reeleito. Cassismo 2 a 1.

Dois anos depois, o Tribunal Superior Eleitoral cassava o mandato de Cássio, e conduzia Maranhão ao governo. Novo empate na disputa iniciada no Campestre: 2 a 2.

Nas últimas eleições Cássio apoiou Ricardo Coutinho que derrotou Maranhão.


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