João Pessoa, 27 de janeiro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Parafraseando a velha máxima envolvendo a figura de Cristo, reajuste salarial, por maior e melhor que seja, nunca agrada a todos. No caso da Paraíba, onde as carências do serviço público são enormes, em particular, não é diferente. O aumento anunciado pelo governador Ricardo Coutinho entrou naquela linha do possível, pelo cenário nacional de arrocho.]
Ricardo certamente enfrentará descontentamentos de setores e críticas dos seus adversários, como desde os primórdios do seu governo. Entidades se levantarão, categorias se queixarão e outras podem até adotar postura mais radical, iniciando mobilização de greve em repartições do Estado.
Poucos, na verdade, encontrarão eco. Não por ausência de razões e justiça para base de reivindicações de melhores salários. No geral, nosso servidor público – importante motor na engrenagem serviço essencial à população – é mal remunerado, pouco estimulado e muito menos reconhecido.
Falta caixa de ressonância mesmo. A conjuntura ajuda o discurso de Ricardo, responsável por cortes, enxugamentos da máquina e congelamento do próprio salário. Poucos Estados, nessa fase econômica do País, estão experimentando a proeza de repor a inflação do período.
Politicamente, também, Ricardo nesse instante está referendado. Acabou de sair das urnas vitorioso. O crédito popular lhe reveste de certa blindagem de desgastes públicos, sobretudo, com o funcionalismo estadual, fatia significativa da coletividade, porém, em minoria absoluta a comparar com o ‘restante’ da população. Se quando precisava de reeleição, segurou a onda, imagine agora.
Coutinho ainda tem um verniz adicional ao seu favor. Sua passagem no Palácio da Redenção vem sendo marcada pela data-base e reajustes anuais. Muito ou pouco, eles existem. E isso, em se tratando de Paraíba, é um diferencial, reconheçamos.
*Reprodução do Correio da Paraíba.
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