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Formada em Direito, Administração com ênfase em Comércio Exterior e pós-graduada em Comunicação Corporativa pela Universal Class da Florida.
É lider climate reality change pelo Al Gore e ceo do site Belicosa.com.br onde escreve sobre comportamento digital e Netnografia.

Netnografia e o Consumidor Adoecido na Internet

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publicado em 22/08/2024 ás 07h03

Como a internet esta impactando os consumidores

Os avanços tecnológicos transformaram drasticamente a relação entre consumidor e produto. Diante de tanta velocidade podemos interagir com o melhor e o pior da internet em tempo real. E a netnografia, ganha destaque ao explorar os comportamentos e experiências desses consumidores super conectados.

Netnografia: Uma Perspectiva Global

A netnografia é um método de pesquisa de mercado super ágil que permite aos pesquisadores compreenderem as práticas culturais e sociais dos usuários da internet. Originada nos estudos antropológicos, a netnografia expandiu-se para áreas como marketing, psicologia e sociologia, tornando-se essencial para compreender o comportamento do consumidor digitalizado

O Consumidor Adoecido: Uma Realidade Global

O termo “consumidor adoecido” refere-se às consequências negativas que podem surgir da interação dos consumidores com o ambiente online. Questões como o Infobesidade, a pressão social, a comparação constante e o cyberbullying contribuem para o surgimento de problemas de saúde mental entre os consumidores.

E não é somente isso, nosso uso demasiado das telas vem se aprofundando em problemas de ansiedade, depressão e suicídio.

Mas como dois temas tão antagonistas se conversam? No consumidor, logico.

De um lado a netnografia cria oportunidades de negócios para que empresas despertem nosso consumo tanto no físico como no virtual. E do outro as dependências em tecnologias são cada vez mais frequentes criando um ciclo onde o consumidor desconta suas frustrações, inseguranças e aflições em ambientes que deveriam ser de engajamento.

A netnografia permite uma análise aprofundada desses fenômenos, capturando dados e revelando padrões comportamentais que podem passar despercebidos em métodos de pesquisa tradicionais verificando o que mais se percebe nesse consumidor.

E porque nossa saúde mental esta se deteriorando, a medida que nos tornamos uma sociedade mais conectada?

Porque passamos horas imersos em redes sociais, games e vídeos de gatinhos? Não precisamos navegar em ambiente de dark web para ficarmos exaustos. Em 2022 tivemos a entrada do “game disorder” no CID 11 ( classificação internacional de doenças) como uma patologia.

Trabalhamos muito, dormimos pouco, ficamos sobrecarregados sensorialmente, solitários e desprovidos de significado. É assim que percebemos um cenário de degradação da saúde ao coletar dados de redes de redes como instagram, X e linkedin.

E toda essa quantidade de informação? Bipes, flashes, rolagem infinita, notificações, textos, feed de noticias, tiktokers. A mente não consegue lidar com tantas informações e descobre-se que esse montante todo esta por intoxicar os usuários lentamente.

E um consumidor assim vai reclamar para quem?

De fato o que vemos ao analisar os dados é que ele vai inundando de comentários raivosos as redes socias de grandes marcas porque sua encomenda chegou com 1 minuto de atraso.

Em classificações detratoras a empresas que mudaram a sua logomarca no rebranding e o cliente não gostou.

Ou mesmo quando uma trending vai ao topo não porque é uma oportunidade de negócios ou pensamentos críticos da sociedade e sim porque são extremismo binário onde um tema tem apenas 2 vieses, “like or not like”

O que modela agora a saúde do consumidor não é mais so a mensagem e o meio digital, binário e limitado. Dependendo dos caprichos das big Techs o comportamento das pessoas pode ser moldado por algoritimos para gerar engajamento de determinado produto.

Quando Porem poucos se perguntam porque o consumidor esta ficando adoecido assim. Para cada salto exponencial da tecnologia há milhões de consumidores adoecidos sob a máxima de James Barber “ Estamos adultizando as crianças e infantilizando os adultos”

E aí chegamos a um outro subcontexto. A velocidade imposta pela tecnologia esta sendo utilizada de forma indiscriminada para criar fidelidade de produtos nocivos a saúde começando pelo próprio uso que fazemos de nossas telas.

Mas porque tal afirmação? É sabido que na infância não há distinção entre entretenimento e publicidade e isso é um ambiente prospero para que sejamos enganchados pelas marcas e nos tornemos mais fiel a elas.

Nunca tivemos tantas crianças imersas em ambiente digital tão cedo. As telas imprimiram nos pais, mães e responsáveis por um menor, uma necessidade de que seus filhos precisam estar conectados em seus tablets e smartphones o quanto antes para ser aceitos na sociedade.

E sabe o que isso faz com os pequenos? Libera dopamina em excesso, cria a perspectiva de que tela é um brinquedo e uma legião de consumidores começa agora a adoecer na infância porque o mercado cria a expectativa de que ter é mais importante que ser.

Estudos Internacionais sobre Consumo e Saúde Mental

Pesquisas internacionais destacam a complexidade dessa relação. Um estudo conduzido por pesquisadores europeus identificou que o aumento da exposição às redes sociais está correlacionado com níveis mais elevados de ansiedade e depressão entre as crianças e os jovens. Essa conclusão ressalta a necessidade de uma abordagem global na compreensão dos impactos do ambiente digital na saúde mental do consumidor já que uma tragédia é anunciada por grandes pesquisas.

A Contribuição da Netnografia na Pesquisa Global

A netnografia, ao mergulhar no instagram, TikTok e fóruns de debate sobre adoecimento mental, oferece uma visão mais rica das experiências dos consumidores. Ao analisar fóruns, redes sociais e blogs, os pesquisadores podem capturar insights valiosos sobre como as interações digitais afetam a saúde mental dos consumidores em diferentes culturas e regiões.

Para os especialistas que trabalham com pesquisas e são imersos no digital, os nervos precisam ser de aço. O senso critico precisa ser exercitado por outros ambientes que não seja o digital. Pode-se ler um livro físico, passear no parque ou brincar com seu filho.

Ao gerenciar suas vidas e estarem distantes de lugares manipuladores e artificiais do digital, os pesquisadores precisam ter sua saúde mental intacta. Isso pode ser alcançado com hobbies, musica, amigos e contato com a natureza.

Netnógrafos nunca poderão estar anestesiados encarando uma tela repetidamente, porque precisam ver além do obvio. Precisam ter tempo para contemplar ou não terão clareza em sua tomada de decisão. Mais que coletar dados é na sua analise apropriada que se cria pontes entre negócios e uma sociedade mais consciente.

Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB