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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Palowa, love

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publicado em 24/08/2024 ás 07h00
atualizado em 24/08/2024 ás 08h58

Palowa regressou ao lar de si mesma, ao seu regaço. Já faz muito tempo que descobri que é de Lá que vem a invenção da gente no movimento de translação da Terra. Temos dias contados.

Eu não sei se é melhor viver muito ou morrer depois de ter vivido muito, longe do convívio dos amigos e familiares.

Palowa ultimamente era só silêncio, antes, se a vi alterando a voz, era para dizer em brincadeira: “deixe de cachorrada Moacyr”, quando ela queria dizer uma coisa ou outra. Sempre provocada.

Para Palowa não existia mais o amanhecer, nem fim do dia.

Era uma pessoa decente que eu queria bem, eu e Francis.

Ela vinha aos almoços na nossa casa com o filho Moacyr e tínhamos conversas delirantes – o delírio que eu digo, são nossos reflexos, que nos remete para cenas fabulosas e ríamos muito para espantar as formalidades dos caretas.

Ninguém faz ideia com o que nos parecemos, se vivemos tudo como danados e não poderíamos saber de qual forma a descoberta  de uns, outros, tocados pela delicadeza.

Quando a gente conhece uma nova pessoa, logo vem o sonho e o melhor seria só amar, sem se deixar prender.

Palowa era engraçada. Eu disse muita coisa a ela, quando nada daríamos por esse antigo encanto do tempo, de nos ver passar e nossa alma se silencia, quando saímos da terra.

Há tempos não via Palowa. Uma lembrança eterna – sonhei que a encontrava  no metrô de Paris, com seu motorista.

Palowa sempre bem vestida e oferecia os melhores almoços ou jantares. Seu nome Palowa, me encantava.

Uma doce diferença, do outro lado desses miúdos que ouvimos ainda o leiteiro gritar na calçada: “Palowa morreu”.

Kapetadas

 

1 – Respeito a todos como se fossem santos, mas não endeuso ninguém.

2 – Muita gente exaltando a alegria de Sílvio Santos. Também, com um patrimônio de quatro bilhões, a pessoa ri até lendo catálogo de parafusos.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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