João Pessoa, 24 de agosto de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Palowa regressou ao lar de si mesma, ao seu regaço. Já faz muito tempo que descobri que é de Lá que vem a invenção da gente no movimento de translação da Terra. Temos dias contados.
Eu não sei se é melhor viver muito ou morrer depois de ter vivido muito, longe do convívio dos amigos e familiares.
Palowa ultimamente era só silêncio, antes, se a vi alterando a voz, era para dizer em brincadeira: “deixe de cachorrada Moacyr”, quando ela queria dizer uma coisa ou outra. Sempre provocada.
Para Palowa não existia mais o amanhecer, nem fim do dia.
Era uma pessoa decente que eu queria bem, eu e Francis.
Ela vinha aos almoços na nossa casa com o filho Moacyr e tínhamos conversas delirantes – o delírio que eu digo, são nossos reflexos, que nos remete para cenas fabulosas e ríamos muito para espantar as formalidades dos caretas.
Ninguém faz ideia com o que nos parecemos, se vivemos tudo como danados e não poderíamos saber de qual forma a descoberta de uns, outros, tocados pela delicadeza.
Quando a gente conhece uma nova pessoa, logo vem o sonho e o melhor seria só amar, sem se deixar prender.
Palowa era engraçada. Eu disse muita coisa a ela, quando nada daríamos por esse antigo encanto do tempo, de nos ver passar e nossa alma se silencia, quando saímos da terra.
Há tempos não via Palowa. Uma lembrança eterna – sonhei que a encontrava no metrô de Paris, com seu motorista.
Palowa sempre bem vestida e oferecia os melhores almoços ou jantares. Seu nome Palowa, me encantava.
Uma doce diferença, do outro lado desses miúdos que ouvimos ainda o leiteiro gritar na calçada: “Palowa morreu”.
Kapetadas
1 – Respeito a todos como se fossem santos, mas não endeuso ninguém.
2 – Muita gente exaltando a alegria de Sílvio Santos. Também, com um patrimônio de quatro bilhões, a pessoa ri até lendo catálogo de parafusos.
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OPINIÃO - 22/11/2024