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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

O 7 de setembro Bronzeado

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publicado em 31/08/2024 ás 07h00
atualizado em 30/08/2024 ás 21h13

Os que como eu tiveram a honra e o privilégio de estudar no IPEP daqueles anos onde reinava por merecimento Dona Maria Bronzeado haverão de lembrar o carinho com o qual ela preparava os alunos para o desfile em homenagem à nossa independência.

Organizavam-se diversos pelotões, desde o pelotão das bicicletas até o das bandeiras históricas. Havia uma sadia disputa entre os alunos para participar dos pelotões. Havia sobretudo a banda de musica que desde muitos meses antes começava seus ensaios, todos embalados por uma pratica diária do canto dos vários hinos que até hoje lembro por inteiro. É verdade; sei de cor os hinos da independência, da bandeira, obviamente o hino nacional e mais os hinos de Epitácio Pessoa, do Duque de Caxias e até o hino da arma da Engenharia. No hino em homenagem ao Presidente Epitácio Pessoa há um trecho que até hoje me encanta, se bem que um pouquinho, como direi… rebuscado: “A história, esse escrínio anelado, que o tempo voraz não consome, jubilosa se ufana altaneira…”. É demais, hem?

Muito embora não houvesse um júri para escolher qual colégio fizera o melhor desfile, batia-se muita boca com relação à performance das bandas. Claro que eu sempre acharei a banda do IPEP a melhor do mundo, porém não posso omitir a banda do Lins de Vasconcellos, onde um aluno virou lenda; Gratuliano Brito. Dizia-se que ele teria deixado cair logo no início do desfile uma das duas baquetas do seu tarol mas fez todo o percurso tocando o instrumento com uma só mão e “rufando”. Entendedores entenderão do que trato.

Porém todos os participantes de todos os colégios almejavam a gloria suprema; desfilar conduzindo a bandeira do Brasil, cercada pela bandeira da Paraíba e bandeiras históricas. Emocionante era que quando o pelotão se aproximava do palanque das autoridades havia um comando gritado forte: “-Abater…bandeiras”. Os porta-bandeiras colocavam os mastros das flâmulas que conduziam na horizontal ao mesmo tempo. Menos ela, minha bandeira, que seguia em pé. No último dos desfiles que participei, como que num presente de despedida, Dona Maria Bronzeado (que sabia da minha partida próxima com destino aos estudos no Rio de Janeiro) me escolheu para conduzir o nosso símbolo.

Até hoje meus olhos se enchem de alegria quando lembro daquele momento. Nada que se compare ao orgulho dos meus pais quando passei por eles conduzindo a bandeira do Brasil.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB