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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Perdi um livro raro

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publicado em 01/09/2024 ás 08h10

Não achei o livro, era aquele livro que falava de pouca emoção, descrevia uma cidade cheia de gente, mas de alma deserta e uma rua intransitável, simbolizando a sensação de vazio que muitas vezes acompanha as pessoas das metrópoles que vivem a repetir frases de elevador: ‘esse frio parece que não tem mais fim’ reforçando a ideia de um caminho sem saída, onde se combate a solidão falando com seu companheiro de viagem para um andar mais alto ou mais baixo. Outra frase é aquela que fala mal do trânsito. Hoje não se fala mais que não encontramos o livro na biblioteca ou o Cd na estante, pois a vida encontra-se em digitalização, lá no interior dizem que a situação atual está abrejada, não sei o real significado, mas gostei do termo e não quero procurar no google. Estava no meu quarto com o celular na mão procurando as publicações relacionadas à melancolia, pois o livro era na linha lispectoriana e tinha uma outra parte que parecia cinema, fui caminhar até o lavabo, pensei em desistir quando sentei na privada e refleti: qual destino da palavra? Quantos livros não serão digitalizados? Será que estamos diante de uma cilada? Um livro inutilizado é uma tristeza só e o livro que não sei o nome está perdido, empoeirado e, com certeza, não digitalizado, pois era raro. E os digitalizados também se apagarão? Muita parte da história do mundo se perdeu por falta de registro, pouco sabemos dos sumérios, de Stonehenge, da feitura dos moais, os feitos dos incas, fico pensando se restarão coisas inexplicáveis para o mundo no futuro quando esse se dissipar. Imagino a nova raça terrena desenterrando a torre Eiffel e pensando mil interpretações para aquilo que apenas foi uma peça de exposição. 

Mas ainda estou procurando meu livro…

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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