João Pessoa, 24 de setembro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

De uma chaleira a ferver no fogão

Comentários: 0
publicado em 24/09/2024 ás 07h00
atualizado em 24/09/2024 ás 08h25

Sem desmerecer, se eu não fosse Kubitschek Pinheiro, gostaria de ser amigo dele. Por que estou dizendo isso e não aquilo?

Bom, entretanto, para um profissional da escrita, ou que nele deseja ser, muitas ideias e delicias, que poderiam ser desenvolvidas são deixadas pra trás de pronto num ‘status’ careta, mas eu não arredo o pé, fé em Deus e pé na areia.

Fiz uma pesquisa e localizei um único inimigo do século passado, que continua morto-vivo, não necessitante inimigo, certamente, muito mais pessoas que olham pra mim de cara feia, pessoas que eu devo ter feito alguma coisa por elas, ou por tabela, não sou boa companhia.

Não é difícil conviver, difícil é a convivência.

Eu queria escrever um texto assim, sobre o pior de mim. Um comentário qualquer, como um fósforo que se acende e só muito superficialmente dá a ver algo, eu fico cego e, às vezes irritado, com algumas situações, mas não sou de ferro. Meu pai sempre dizia para eu  expandir a tolerância, eu tento, mas falho. Como diz o Bezerra, o simples ato de despertar… aliás, nunca mais pensei na morte da bezerra.

Eu fico besta com essa percepção e não é só minha e muito menos nova. É muito difícil viver em grupos, em guetos, socialmente e ou amigavelmente. Por que? Ora, porque é (fácil?) se colocar no lugar do outro? Aliás, no dos outros, é Ki-suco. Que susto!

Escutei uma pessoa que certa feita comentou com outra que eu “não valho nada”, mas não foi  em tom de brincadeira:  tipo Goga, – “esse K não vale nada” – não, a   pessoa disse que gosto mais dos ricos, que dos pobres. Achei tão pobre isso. Eu não tenho que mostrar que sou isso ou aquilo. Sua benção, Cecilia Meireles. Na maior parte do tempo, muita gente nada. Eu surfo.

Eu compartilho a visão, a turva visão de mundo e absolutamente fujo dos papos de otário. Por exemplo. Não abrirei mão do meu atual vício, de trabalhar pela cidade, que está em ruínas..

A vida é uma ordem,  como disse o poeta Drummond e a vida en sina  uma soltura necessária, mas isso é outro papo. Soltem Raissa Lacerda, ela precisa voltar para casa.

Nesses anos todos conheci muita gente importante e com elas um canal para ajudar os que precisam,  não que isso resolva os problemas – sequer os políticos safados que não resolvem os problemas de ninguém.

Confesso que sempre tive uma relação muito intuitiva, na falta de palavra melhor, em relação as pessoas com quem transito, como quem vai assistir Otelo, a primeira provocação de Shakespeare.

Num tempo em que expressões como ‘vestir a camisa’, não funciona, o mundo é moído, digo  moinho.

Eu se não fosse Kubitschek Pinheiro, gostaria de ser amigo dele.

Voltarei ao tema.

Kapetadas

1 –  Em 2024, o perverso se casou com a desalmada no regime de comunhão de males.

2 – Não perca seu tempo explicando coisas que as pessoas fingem não saber.

3 – Nem Saramago seria capaz de descrever tanta cegueira.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB