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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Golpe de Woody Allen em Paris

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publicado em 28/09/2024 ás 07h00
atualizado em 27/09/2024 ás 21h57

Fui assistir 50º filme de Woody Allen, “Golpe de Sorte em Paris”  e fiquei pensando nele, pensando sim, em sua obra, nos grandes filmes que ele fez.

O cenário me fez lembrar da cidade onde morei um tempo da minha vida e gostaria de ficado lá, nunca ter voltado para a vida minha sozinha. Mas lá eu chorava com saudade do Brasil. Já pensou?

Não há o que elogiar em “Golpe de Sorte em Paris”  e nenhum filme carece de elogios, mas gostar, recomendar, é uma praxe, Certamente essa foi a última  aventura de Woody Allen, em escrever e fazer um filme em francês,  que não me pareceu ter sido uma boa ideia.

“Golpe de Sorte em Paris”  traz uma linguagem que parece ter escapado da sintaxe e da composição. É a cultura e a mentalidade de um cineasta que chega aos 88 anos e querer fazer mais um filme, sem manter o padrão da sua obra, com a tramas e o conteudo em vigor.

Bom, a este respeito, “Golpe de Sorte em Paris” prova, mais uma vez, que  a certa altura da vida, ninguém é obrigado a escrever um bom livro ou fazer  um grande filme. Os últimos filmes de Woody Allen já não indicavam obras de arte –  e podem estar vinculadas à idade, práticas de curiosidade e expressão que não duram a vida toda.

O filme é um momento de “sorte” ou azar sobre pessoas, relacionamentos, destino e nosso papel na autoria ou a certa altura da vida.  Vamos imaginar um conto, que dá lugar, pela sua relativa repetição, ao ressentimento e ao exame dos personagens envolvidos. Não passa disso.

Essas questões são recorrentes ao longo do trabalho de Woody Allen, assim como uma série de áreas de investigação que habitam o trabalho de qualquer mente criativa, seja na escrita, no trabalho com peças, na música ou na escultura etc, Tudo tem um fim.

A cinematografia deste filme  não impressiona. A recorrência de tons frios   não tiram o fôlego. Há muito para agradar, assim como para minar a mente.

Não quero lembrar do filme, mas não também não quero esquecer Certamente é último filme, ele mesmo pode não ter gostado de “Golpe de Sorte em Paris”   muito embora o cenário seja o mais belo impossível

A literatura nunca me salvou, o cinema sim, essa coisa magica, que nos faz esquecer quem somos para entrar nas telas e sair delas como acontece em “A Rosa Purpura do Cairo”. Lembra quando Mia Farrol sai da tela e viaja pelas ruas?

Em “Golpe de Sorte em Paris”  Allen volta ao tema sorte/acaso/destino, presente também em filmes como  Match Point” (2005), mas Match Point é um excelente filme.

Este é o novo Woody Allen em sua última perfomance, fazendo um filme longe das multidões enlouquecedoras.

Recomendo assisti-lo com a intenção de questionar, refletir e se aventurar onde pode ou não haver respostas, mas o filme não agrada assim mesmo. Ou não está mais aqui quem falou?


Kapetadas

1 – Por que os homens não conseguem achar as coisas?

2 – Alguém em disse que amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do “pleito”.

3 – Ah! Esqueci os atores – pricipais – Lou de Laâge. Que faz a Fanny ; Valérie Lemercier, interpretaCamillel, a mãe da Fanny,  Melvil Poupaud.  O maldito Jean, marido da Fanny  eNiels Schneider eu o Alain, amante da Fanny.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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