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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Golpe de Woody Allen em Paris

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publicado em 28/09/2024 ás 07h00
atualizado em 28/09/2024 ás 17h42

Fui assistir 50º filme de Woody Allen, “Golpe de Sorte em Paris”  e fiquei pensando nele, pensando em sua obra, nos grandes filmes que ele fez.

O cenário me levou para a cidade onde morei um tempo da minha vida e gostaria de voltar um dia.

Não há o que elogiar em “Golpe de Sorte em Paris”  e filme não carece de elogios, mas gostar, recomendar, é uma praxe. Certamente, essa foi a última  aventura de Woody Allen, em escrever e fazer um filme em francês,  que não me pareceu ter sido uma boa ideia.

“Golpe de Sorte em Paris”  traz uma linguagem que parece ter escapado da sintaxe e da composição. É a cultura e a mentalidade de um cineasta que chega aos 88 anos em querer fazer mais um filme,  (ele pode),  sem manter o padrão da sua obra, com a trama e o conteudo em vigor.

Bom, “Golpe de Sorte em Paris” prova, mais uma vez, que  a certa altura da vida, ninguém é obrigado a escrever um bom livro ou fazer  um grande filme. Os últimos filmes de Woody Allen já não indicavam obras de arte –  e podem estar vinculados à idade, práticas de curiosidade e expressão que não duram a vida toda.

O filme é um momento de “sorte” ou azar sobre pessoas, relacionamentos.  Vamos imaginar um conto, que dá lugar, pela sua relativa repetição, ao ressentimento, traição e vingança dos personagens envolvidos. Não passa disso. Essas questões são recorrentes no trabalho de Woody Allen, assim como uma série de áreas de investigação que habitam o traquejo de qualquer mente criativa, seja na escrita, na música ou na literatura etc. Tudo tem um fim.

A cinematografia deste filme  não impressiona. A recorrência de tons frios  não tiram o fôlego.

Não quero lembrar do filme, mas não também não quero esquecer. Certamente, é último filme, ele mesmo pode não ter gostado de “Golpe de Sorte em Paris”   muito embora o cenário seja o mais belo impossível, depois do Rio de Janeiro.

A literatura nunca me salvou, o cinema sim, essa coisa magica, que nos faz esquecer quem somos para entrar nas telas e sair delas, como acontece em “A Rosa Purpura do Cairo”. Lembra quando a personagem de Mia Farrol sai da tela e viaja pelas ruas?

Em “Golpe de Sorte em Paris”  Allen volta ao tema sorte/acaso/destino, presente também em filmes como  Match Point” (2005), mas Match Point é um excelente filme.

Este é o novo Woody Allen em sua última perfomance, fazendo um filme longe das multidões enlouquecedoras.

Recomendo assisti-lo com a intenção de questionar, refletir e se aventurar onde pode ou não haver respostas, mas “Golpe de Sorte em Paris” não agrada de jeito nenhum. Ah!  e o  final?  Faltou o artista, o gênio.

Kapetadas

1 – Por que os homens não conseguem achar as coisas?

2 – Alguém me disse que amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do “pleito”. Oportuno?

3 – Ah! Esqueci os atores – pricipais – Lou de Laâge, (foto) que faz a Fanny , Valérie Lemercier, interpreta Camille, a mãe da Fanny,  Melvil Poupaud,  maldito Jean, marido da Fanny  e Niels Schneider ,o  Alain (foto), amante da Fanny.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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