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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

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publicado em 29/09/2024 ás 08h24
atualizado em 29/09/2024 ás 08h28

Para variar, vamos ter eleições no próximo domingo para prefeito. Vote no candidato que tenha amor pela cidade de João Pessoa, vote no candidato que olhe mais para o centro histórico da cidade, que está em sua fase terminal.

Pra variar, agora em outubro completa um ano do Projeto K, que venho fazendo mostrando casas, prédios históricos quase tudo em ruínas. A gente mostra também casas lindas restauradas, milagrosamente. Nessa levada vem comigo mais de cem mil seguidores – e todos tem voz e desejam ver o centro da cidade, o centro histórico, com outros olhos. Vote no candidato que tenha amor por João Pessoa

Pra variar, o Pavilhão do Chá está na UTI. Dá uma tristeza, mas, saber que ainda está de pé, que o espaço poderia, pode ser ocupado, ser visitado, deveria ser o que é – um Pavilhão do Chá, para reunir as pessoas tomar um café, uma exposição, uma curtição, um velho happening. Por que não? Já houve até casamentos ali, eu vi.

 

Minha escrita há muito ultrapassa a cidade, para outras bandas, sons e espaços, suportes, circular por mudanças e eu me reinvento, comprei essa briga pela cidade, por seus monumentos, por suas árvores, porque não me canso de defender a cidade, que me acolheu em 1975.

Meus versos, que não são versos, essa prosa quase enlouquecida, me acompanha desde de 1977 quando comecei a escrever no jornal O Norte. Naquele tempo, a cidade estava inteira, hoje muitas portas fechadas, o comércio falido, as igrejas ocupadas por pedintes e o Ponto de Reis – que está passando por mais uma reforma… mas aquele Ponto de Cem Reis, era mais bonito e tinha vida ali, passeio público pra lá e pra cá.

Pra variar, a Academia do Commercio Epitácio Pessoa está fechada, abandonada, o teto caiu, roubaram tudo e só ficou a cor amarela das paredes da fachada.

Eu tento cada vez mais escrever sobre essas imagens e há sempre um ponto, um desencontro, um gancho nunca a falta de assunto: alguma coisa maior que esse amor e,  por ele existir, me é possível veicular, cobrar, denunciar que o centro de João Pessoa está no fundo do poço.

Artur da Távola dizia que cada encontro está carregado de perda. Ou de perdas.

Porque são gestores demais para administrar e roubar, jornalísticas demais, blogueiros batendo um no outro, com estampas dos patrocinadores públicos, na capa dos portais e mais e mais todos de bico calado. Eu vejo as resenhas ou críticas mortas, mas não sai uma nota de roda pé do blog.

Eu gosto da cidade enquanto espaço. E eu gosto de ver o movimento imprescindível, no qual acredito e, sobretudo, sobre os quais gostaria muito que algum prefeito desse um jeito na cidade de João Pessoa.

Votem num prefeito que tenha amor por João Pessoa, que tenha projetos para melhorar o centro da cidade.

Temas que às vezes morrem nas redes sociais, não porque elas sejam intrinsecamente más, aliás, acredito no exato oposto, assumindo o exagero que isso implica, mas tá f.

No meu canal tenho postado a cidade mais desejada do Brasil, nossa João Pessoa, que de boa está tinindo lá para as bandas da orla

.

O centro está como diz lá em nós, entregue as baratas, ratos, bichos escrotos.

Domingo, dia 6, votem no candidato que tenha amor por João Pessoa, que tenho um plano viável esperançoso e não roube o nosso dinheiro.

Kapetadas

1 – A ilustração da coluna foto tirada em 5 de agosto de 2010. Quem era o prefeito? O arquiteto Luciano Agra – Ah! Está explicado.

2 – Se você não mostra que usa a imaginação, os outros ficam imaginando coisas de você.

3 – Outro fui ao mercado e comprei a verdade, mas ainda não sou o dono dela.

4 – Eu só sei que nada sei nem sei como eu sei isso.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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