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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

Ainda gosto de voar

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publicado em 30/09/2024 ás 07h00
atualizado em 29/09/2024 ás 19h05

As luzes da cabine se apagam. Todos afivelam seus cintos.  Inicia-se a decolagem. A visibilidade é perfeita! Céu limpo. Temperatura em torno de vinte e nove graus. Em apenas alguns segundos, dez mil pés. Da janela, persianas levantadas, é possível ver a paisagem ficando cada vez menor. Finalmente, chegamos à altitude desejada. Voamos agora acima das nuvens. Voo tranquilo. Sem turbulências. Somos donos da imensidão. Rumamos em direção à rota traçada. O trajeto é longo. Precisamos fazer algumas conexões pelo caminho. Todavia, o destino desejado está lá, à nossa espera, e não importa o quão distante possa estar. É para lá que queremos ir. É lá onde precisamos estar.

Há, ainda, alguns fatores externos que podem alterar o plano de voo previamente estudado: chuva, vento, tráfego aéreo, zonas de turbulência… vários ajustes podem ser necessários. Mas, confiamos no comandante. Sabemos que ele tem um plano. E mesmo que tal plano precise sofrer alterações, ele chegará a termo.

Cruzamos com pessoas, de vários lugares, de diferentes realidades. Cada uma com sua peculiaridade. Algumas com pressa, outras curtindo o trajeto. Sozinhas ou acompanhadas. Cada uma rumo a um destino diferente, mesmo que voando para o mesmo lugar. Observamos. Analisamos. Aprendemos. Por algumas horas, dividiremos com completos desconhecidos momentos de tensão, medo, alegria e alívio. Ao final, os caminhos voltam a se separar e a vida seguirá em sua aleatoriedade.

Nessa viagem em direção ao desconhecido almejado, deixamos para trás histórias, lugares, pessoas. Na bagagem, expectativas, euforia, esperança, saudade. Só uma certeza: a de que estamos seguindo a rota traçada pelo nosso coração. A aterrissagem nem sempre é tranquila. Mas, quando o trem de pouso toca a pista, uma porta se abre em direção ao que pode ser a maior e melhor aventura das nossas vidas. Aquela que nos dirá, mais tarde, que vivemos e fomos felizes. Eu arrisco o voo.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB