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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

O amor nos tempos do esquecimento

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publicado em 05/10/2024 ás 07h00
atualizado em 05/10/2024 ás 09h48

No supermercado, lembrei do amor. Enchi um carrinho com coisas do amor, biscoitos, geleias e bombril, para arear as panelas. Também meti umas maçãs verdes, tomates e pimentões – odeio pimentões, mas foi só para disfarçar.

Amor não tem casa, nem se casa. Larguei a ideia.

O amor não espera,  ele nos manda para esquecimento. Você esqueceu de me amar ou não soube me amar? Não, o amor tem prazo, digamos, o amor não faz caridade.

No carro, um tema do The Doors, Love Me Two Times,   cuja letra fala de um homem que está indo para o Vietnam e pede  a sua amada que o ame duas vezes,  mas ai chega o esquecimento.

Segundo Chistian Dunker, o amor é afrodisíaco, é quando o sexo se torna melhor, mais intenso e de melhor qualidade. Seria o Tantra?

O amor não vem do Wikipédia, claro, mas falta o que verdadeiramente não interessa mais, cultivar o amor.

O amor nos tempos do esquecimento é bem cruel. Olhar para uma pessoa com Alzheimer, se deparar com o esquecimento dos amores, é pior que matar o amor.

O amor nos tempos do esquecimento popularizado pela canção de João Gomes. É mais ou menos assim: “Vem matar logo eu de beijo, enquanto te vejo acabo com a saudade”

O amor esquecido, deixado para trás, é quando você despreza um amigo. Lágrimas que caem depois do riso, e tantos sonhos, tantas enganos. O esquecimento do amor é o  que permea a implacável passagem do tempo.

Corações partidos, por palavras que ficaram por dizer, no esquecimento, quando o amor vira o fantasma de um romance já lido. Vira a página.

Demasiado cedo desaparecido pelo que não se diz, o amor é efêmero como promessas vãs.

Enfim, ao amor é muita coisa, mas onde estávamos?

Kapetadas
1 – Imagens que trazem o esquecimento. – a falta de zelo, abraços.
2 – Eu li que o final da Operação Território Livre, revela que dinheiro sujo não traz felicidade, mas ajuda a responder o processo em liberdade.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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