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A presença da figura paterna gera segurança, auxilia no conhecimento e estimula a criança a explorar o mundo. Esta é a tese defendida pela grande maioria dos estudos psicológicos.
Na nossa cultura, é comum que a mãe ensine sobre empatia, aconselhe emocionalmente e esteja atenta aos relacionamentos interpessoais, enquanto o pai incentiva as experiências novas e a independência.
Ao perguntarmos a uma criança, quem é o seu herói? Na maioria das vezes a resposta é: “meu pai”, “meu padrasto”, “meu avô”, ou indicando uma figura paterna que teve grande importância na vida do indivíduo, aquela pessoa que estava ao lado em momentos bons, e principalmente nos difíceis, transmitindo segurança.
Segundo o psicólogo e coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras, Rongno Rodrigues, “A figura paterna sempre esteve associada à proteção, diferente da mãe que é associada ao cuidado. Mas o pai, em geral, costuma ser o segundo vínculo mais forte da criança quando ela nasce. E um relacionamento saudável entre pai e filho reflete em diferentes áreas da vida social, pois ajuda no desenvolvimento da independência, confiança e nos relacionamentos com familiares, amigos e cônjuges”, explica o coordenador.
É muito importante que o indivíduo cresça e se desenvolva tendo uma figura paterna por perto, para que se torne um adulto saudável no aspecto emocional. Com as novas e diversas composições familiares, essa figura pode ser o pai, o padrasto, um tio, o avô, familiar ou outro indivíduo que ocupe tal lugar.
Não há dúvidas que a adolescência é um dos períodos mais turbulentos do ser humano. O corpo e os hormônios estão em verdadeira ebulição, e é nesta fase que algumas preocupações começam a rondar a mente do jovem: o que fazer da vida, qual profissão seguir, que caminho tomar? Neste aspecto, pontua o Dr. Rongno, “…Essa é uma fase de transição para a vida adulta, e os filhos passam a buscar por referências que contribuam na tomada de decisões e, nesse momento, a figura paterna é fundamental, representando basicamente as questões com o mundo externo ao núcleo familiar. Por isso, praticar a escuta é um passo importante que os pais devem desenvolver, para criar um ambiente de acolhimento e compreensão para o adolescente”.
Também, na fase adulta, esta relação entre pai e filho é muito importante, o pai geralmente é aquele porto seguro, que o filho busca quando está aflito, cuja casa sempre dá a sensação de pertencimento.
É importante registrar que, geralmente, a mãe já forma um vínculo com o bebê antes mesmo do nascimento e fortalece essa relação durante a fase de amamentação. Isto faz com que a relação entre a mãe e a criança seja de intensa proximidade desde cedo, pois reforça sentimentos como segurança e carinho. Em relação ao pai, essa relação em geral não é imediata, mas pode e deve ser desenvolvida o quanto antes. Assim, com o passar do tempo, a figura paterna passa a ter a mesma importância que a materna para a criança, uma vez que enquanto a figura materna está associada ao cuidado, a paterna costuma estar relacionada à proteção. Portanto, a ausência da representação paterna pode contribuir para que a criança sinta-se insegura, torne-se medrosa, introspectiva e às vezes agressiva.
Além das possíveis dificuldades já citadas, a ausência paterna pode gerar na criança, além de problemas de comportamento, também baixo rendimento escolar e dificuldades nos relacionamentos sociais e familiares. Entretanto, isso não é uma regra, e mesmo quando ocorre pode ser restaurada com atenção e tratamento adequado.
Acrescento ainda que, normalmente, para a criança, o pai é um modelo, um exemplo a ser seguido, no qual o filho pode se espelhar. Assim sendo, a presença masculina no processo de educação dos filhos, como já citado, também ajuda a criança a desenvolver disciplina e regula os aspectos afetivos, diminuindo as chances de comportamentos agressivos ou expressões de hostilidade.
A seguir algumas sugestões que podem ajudar aos pais a serem mais presentes na educação dos seus filhos: Tempo de qualidade – quando estiver com o filho, dedique este tempo realmente a ele, seja 100% disponível naquele determinado momento para a criança. O tempo de qualidade com o seu filho não deve ser dividido celular, televisão, ou qualquer outra atividade que não inclua a criança. Tire um tempo para ouvir o seu filho, conversar, observar suas habilidades e reações, ou simplesmente brinquem; dialogue sobre o que pode e o que não pode – é fundamental que o pai e a mãe combinem o que a criança pode ou não fazer, comer, brincar e a hora estabelecida para cada coisa. Quando esses limites e disciplina não são estabelecidos, muitas vezes, a criança deixa de ver autoridade na figura do pai ou da mãe. Nos casos de guarda compartilhada dos filhos, o ideal é não compensar a sua ausência com brinquedos, jogos ou outros itens materiais. Afinal o maior presente é a sua presença; tome a frente das responsabilidades – as consultas médicas estão em dia? E o dentista? Precisa levar pra vacinar? É importante tomar a frente dessas responsabilidades e dividir, com a mãe, essa carga educativa e emocional.
Seja um pai presente, e ganhe de presente o filho que você sempre sonhou!
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OPINIÃO - 22/11/2024