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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

A trupe da “cóltura”

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publicado em 13/10/2024 ás 08h13
atualizado em 13/10/2024 ás 08h32

Desaparecer parece arte de magia – só por que a gente está atento aos detalhes? Faz sentido, mas muitos desaparecem vivos. O cronista “maior” escreve besteiras, de um dia está sentado numa praça vazia, mas enaltece o gestor que reformou a praça. Parece que ainda vive de migalhas. Pede emprestado e não paga? Te dana!

Prédios também desaparecem como desapareceram casas que antes habitavam famílias e desaparecem depois de terem feito desaparecer a criança que nelas havia e já não há.  Não que a pessoa precise ser criança a vida toda, mas quando cresce, muitas viram monstros.

Bobagens, bobagens. Cada dia desaparece o próprio dia, e milhares desaparecem. É normal. O poeta que passou a vida toda achando que era poeta, nunca foi. Sua presença lembra os personagens do livro O Nome da Rosa, de Umberto Eco. Não que ele seja uma criatura muito feia e propagador do mal, é que ele se quer sabe que existe no triunfo da “cóltura”

Pensamentos que se esvaem pelas, tablets,  tabelas, janelas, panelas, perspectivas outras, tudo desparece. O artista envelheceu pobre, sem dinheiro para fazer a feira. Ainda faz a mesma arte, não soube se reinventar, tem risadas macabras, nega tudo e vem de longe sua desconstrução – parece que nunca sentou num banco de escola.  Cresceu muito mato por aí, tá na hora de capinar.

Coisas desaparecem, suspeitas e incertezas, prisões são desfeitas, ou seja, tiram das grades e sacodem em seus apartamentos de luxo, que só mudam de endereços. Deve ser horrível ser preso, aos gritos de “ladrão, ladrona”

Desaparecem cartas e caras conhecidas – é incrível, né? Até hoje as cartas de amor de Dantas & Beiriz têm uma representação cartilha na vida dos amantes. Estranho, mas escrever um livro falando da genitália da namorada odores etc, o tal escritor e de nada, é nada,  quase uma normativa.

Desaparece a busca e registros e insistências da memória do lugar, ruinas, para evitar o desaparecimento de outra coisa e não adianta: desaparecem. Mesmo assim, sem nenhum sentido, como uma reprodução mínima ou inexistente do que já foi.

Desparecem os passos nas calçadas, os gritos dentro das caixas, gemidos orgasmáticos e a autoridade de muitos que enlouquecem com o Poder e quando perdem o Poder, ficam  desgostosos, dolorosos, infelizes, lúgubres, penalizados e.choram pelos cantos, escambau.

Nossos cachos e asas de anjo exterminadores desaparecem, nossa saudade, as amizades de gente perversa, tudo deperece. Desparecem os escravos brancos, depois que seus donos usam e abusam deles.

Tudo tudo desaparece e também o vento que leva e o fogo que queima, mas não desparecem os hipócritas, os preconceituosos, o capitalismo selvagem, o doutor em anedotas e muitas outras maldades cultivadas por uns e outros que também desaparecem. Ou seja, vamos combinar que muita gente não tem um pingo de vergonha na cara.

Saudades de Cal Aranha!

Quem é a trupe da “cóltura”? Previsão do tempo – indeterminável.

Kapetadas

1 –  A vida tem me feito uma pessoa mais pacífica, mas ainda bloqueio quem me manda corrente.

2 – Nos próximos capítulos – abra olho doutor Ascêncio L. Pneus, estamos de olho nos seus escritos medíocres.

3 – Somos o país pobre mais rico do mundo.

2 – “Cuide bem de você, não sofra sem necessidade.” Caio Fernando Abreu

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB