Ainda capengando após o saldo das urnas de 2014, a oposição em João Pessoa anda meio bamba, tanto que, iniciado 2015, mal botou a cabeça pra fora. Antes de qualquer coisa, porque ninguém nela sabe ao certo a quem recorrer para encontrar uma orientação ou um rumo a ser seguido.

Essa, por enquanto, é uma vantagem a ser administrada pelo prefeito Luciano Cartaxo. Enquanto o PSB ainda se mantém na órbita petista, Cartaxo segue seu caminho sem grandes sobressaltos pela ausência de um bloco político adversário com consistência no tamanho e robustez no contraponto.

Esse papel tem sido exercido sôfrega e isoladamente pelos vereadores Raoni Mendes e Lucas de Brito. Jovens e esforçados, são vozes no deserto falando para poucos expectadores e com pregações sem eco na tribuna da Câmara. Pelas raquíticas forças, são sufocados e suas críticas terminam espalhadas no vento.

Avariado depois do resultado eleitoral na Capital, o PSDB está fragilizado. Por mais que tente se levantar, tropeça na ausência momentânea de credibilidade. Ruy Carneiro, presidente estadual da legenda, luta para se recuperar do baque de 2014. Cícero Lucena, sem mandato, anda estrategicamente calado.

O PMDB tem em Manoel Júnior o rascunho de uma candidatura. Um grande quadro, mas desprovido de um discurso que lhe dê liga com João Pessoa, além de sua conhecida e antiga pretensão. Pra piorar a desvantagem, outros personagens secundários do partido dão apoio e participam da gestão.

Legendas menores, como PTB, por exemplo, até ensaiam movimentos, mas são engolidas pela desorganização completa do segmento opositor em João Pessoa. A oposição tem dificuldades até de produzir uma reunião que renda manchete. Nessa pisada, não será surpresa se algum dos seus integrantes criar coragem e segurar uma placa com frase em letras garrafais: procura-se um líder.

*Reprodução do Correio da Paraíba.

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