João Pessoa, 15 de outubro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A Paraíba não gosta de governante frouxo, daqueles que temem, correm dos problemas e vacilam diante de desafios só para aparecer bem na fita ou seguir a receita do bom mocismo. É da nossa cultura aplaudir e reverenciar os “homens de coragem”.
Talvez, ou, também por isso, pelo histórico de luta nas causas sociais e embates renhidos, o governador Ricardo Coutinho botou na cabeça que cresceu no conflito e que a afeição pelo confronto deve ser eleita sua plataforma política e cartão de apresentação.
Não são poucos os auxiliares, conselheiros e até figuras do círculo íntimo do governador que andam ponderando por mais flexibilidade para evitar a proliferação desenfreada de conflitos perfeitamente dispensáveis, a custa apenas de diálogo.
Tudo bem que faz parte da estratégia firme do governador não ceder para alguns apelos nada republicanos e certas reivindicações fora de lógica, propósito e até impossíveis de serem sanadas em curtíssimo espaço de tempo.
Mas também é possível dizer um “não” de uma forma que o interlocutor não se sinta menosprezado, inferiorizado ou ignorado. É possível não atender uma demanda e mesmo assim deixar satisfeito ou pelo menos conformado o pleiteante.
É evidente a improbabilidade de se mudar a personalidade de alguém aos 50 anos. E ninguém pretende essa mutação, mas o governador, no auge de sua experiência e maturidade política de bom gestor, não pode prescindir de arejar mais as relações do seu Governo com certos setores da sociedade e da política. A começar pelos aliados.
Distância –
Até auxiliares que trabalham próximo ao gabinete do governador, no Palácio, se queixam da falta de contato formal mais freqüente com Ricardo.
Afinidade –
Praticamente toda a cúpula do Sindifisco foi entusiasta da eleição de Ricardo Coutinho ao Governo. Por isso mesmo, alguns atores esperavam menor tensão.
Está nas mãos de Ricardo –
A responsabilidade pela unidade da classe política paraibana, tema tão professado na atualidade, é dever de todos agentes políticos, porém não há ninguém na Paraíba mais credenciado a promover essa distensão, em nome dos interesses macros do Estado, que Ricardo Coutinho, forjado em Jaguaribe e eleito pelo sentimento da mudança.
Formação continuada –
No Dia do Professor, o governador assina, às 10h, no Palácio da Redenção, convênio com a Universidade Estadual da Paraíba, cujo objetivo principal é possibilitar a formação continuada de cerca de 13 mil professores da rede estadual de ensino.
Incentivo à docência –
O secretário Afonso Scoguglia ressaltou que a gestão socialista na Paraíba garantiu o piso nacional do professores, projeta aumento salarial em janeiro do próximo ano, trabalha pela qualificação do magistério e investe na melhoria e reformas das escolas.
Ouvidos abertos –
O presidente da APLP, Francisco Fernandes, defende maior proximidade da gestão com a categoria. “É preciso não só falar de, mas com os professores”.
Valorização –
Para o professor Wilson Aragão, do Centro de Educação da UFPB, o pagamento de salário digno não pode ser visto como utopia. “É uma necessidade”.
Reposição –
As 1.040 vagas do concurso da Educação do Governo serão destinadas às disciplinas com carência de professores. Os aprovados já começam em fevereiro.
Aquecimento –
Caciques do PPS se reuniram ontem para mapear a situação do partido em todas as regiões do Estado. A legenda renova seu diretório no final do mês.
Judiciário atento –
Todas as ameaças do crime organizado contra juízes paraibanos já estão sendo investigadas, garante o presidente do TJ, Abraham Lincoln.
Cerco –
O deputado Luiz Couto (PT) defende forças federais na investigação da atuação dos grupos de extermínio na Paraíba. “Para evitar vazamento”.
Cravo –
O senador Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde, levantou a bola ontem do deputado Luciano Cartaxo (PT) como pré-candidato a prefeito.
Ferradura –
Ao tempo em que afagou o ego de Cartaxo, Costa não deixou de relembrar que a decisão de candidatura própria cabe ao diretório municipal petista.
Na lista –
O presidente estadual do PSB, Edvaldo Rosas, dá como certa a presença do PT no Conselho Político do prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PSB).
Pegada de ar –
“Ele cuida do PSB, do PT nós cuidaremos”. Reação do ex-deputado Rodrigo Soares, presidente estadual do PT, ao ouvir a espetada de Rosas.
PINGO QUENTE – “Mangueira foi feita para entrar meu filho”. Do vereador pessoense Mangueira (PMDB) anunciando que não teme um Maranhão (Benjamim) e vai empurrar sua candidatura à presidência do PMDB de João Pessoa.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024