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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Manifesto amoroso dos acrobatas

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publicado em 19/10/2024 ás 07h00
atualizado em 19/10/2024 ás 08h48

Ninguém poderia nunca ter se alegrado mais que eu, com o rosto, a coisa toda no ar se a vida é um círculo, a perfeição espiritual.

Setembro me lembro bem, um dia antes que vim ao mundo. Foi demais.

Convidei para olhar a Terra de cima, beijar a Terra, beber o vinho como dois libertinos. Até as cataratas secarem.

Como se fosse o guardião dos segredos, às vezes tão sério, o tal mistério. Outras vezes, puxando briga.

Eu durmo, apago, acordo, estou vivo. Eu cego e não é triste ficar sem ver quando se amamos e depois do amor, mais amor, chorar jamais. Já chorei muito na vida. Eu saio, e vejo.

Eu pertenço, tudo é reconfortante, isso é tudo o que é – e conserva o calor, digo, se me chama, me chama, eu vou, eu vou.

Nós somos assim felizes  encaixados, até onde entram os sapatos e nossos pés, antes a pista congestionada e eu já estou aceso. O amor faz desvairar, amalucar o tempo e isola os invejosos distantes.

Eu pertenço, não penso.

Afinal por que teríamos escolhido o livro do Kamasutra para traduzir há tantos séculos  o que estava entre nós?  O que será que chamou a atenção da nossa atenção? Como chegamos a isso?

Por sorte, nesse meio tempo foram aparecendo lugares afins com a graça de se fazer voltar a atrás. Eu somo.

Tudo ao alcance, tipo infanto-juvenis. Li tudo que tem na linha da mão, mas não me lembro – se amamos, gostamos.

Até nos permitir brincar com conceitos e expressões jamais linguisticos da maneira que crianças ainda somos, bem diferente dos jovens e dos adultos, mas em todas às vezes a graça, o espanto de olhar o mundo de outra janela, que sempre olhamos.

É isso, o exercício de voltar a olhar o mundo com o farol das crianças e a surpresa diante do gozo amadurecido e febril, especialmente na linguagem dos lábios.

Nascemos no século passado e ainda estamos vivos. Ufa!

Kapetadas

1 – O acordo é o seguinte: ninguém é obrigado a concordar com ninguém.

2 – Tudo tem um lado bom, alguns colchões têm até dois.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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