João Pessoa, 19 de outubro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Ninguém poderia nunca ter se alegrado mais que eu, com o rosto, a coisa toda no ar se a vida é um círculo, a perfeição espiritual.
Setembro me lembro bem, um dia antes que vim ao mundo. Foi demais.
Convidei para olhar a Terra de cima, beijar a Terra, beber o vinho como dois libertinos. Até as cataratas secarem.
Como se fosse o guardião dos segredos, às vezes tão sério, o tal mistério. Outras vezes, puxando briga.
Eu durmo, apago, acordo, estou vivo. Eu cego e não é triste ficar sem ver quando se amamos e depois do amor, mais amor, chorar jamais. Já chorei muito na vida. Eu saio, e vejo.
Eu pertenço, tudo é reconfortante, isso é tudo o que é – e conserva o calor, digo, se me chama, me chama, eu vou, eu vou.
Nós somos assim felizes encaixados, até onde entram os sapatos e nossos pés, antes a pista congestionada e eu já estou aceso. O amor faz desvairar, amalucar o tempo e isola os invejosos distantes.
Eu pertenço, não penso.
Afinal por que teríamos escolhido o livro do Kamasutra para traduzir há tantos séculos o que estava entre nós? O que será que chamou a atenção da nossa atenção? Como chegamos a isso?
Por sorte, nesse meio tempo foram aparecendo lugares afins com a graça de se fazer voltar a atrás. Eu somo.
Tudo ao alcance, tipo infanto-juvenis. Li tudo que tem na linha da mão, mas não me lembro – se amamos, gostamos.
Até nos permitir brincar com conceitos e expressões jamais linguisticos da maneira que crianças ainda somos, bem diferente dos jovens e dos adultos, mas em todas às vezes a graça, o espanto de olhar o mundo de outra janela, que sempre olhamos.
É isso, o exercício de voltar a olhar o mundo com o farol das crianças e a surpresa diante do gozo amadurecido e febril, especialmente na linguagem dos lábios.
Nascemos no século passado e ainda estamos vivos. Ufa!
Kapetadas
1 – O acordo é o seguinte: ninguém é obrigado a concordar com ninguém.
2 – Tudo tem um lado bom, alguns colchões têm até dois.
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OPINIÃO - 22/11/2024