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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

O sepultamento do hipocondríaco

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publicado em 22/10/2024 ás 07h00
atualizado em 22/10/2024 ás 07h47

A vida pública virou um novelão. Sempre foi. Recurso vai, recurso vem e a vereadora R pagou o pato. Ô povo ruim.

O doutor Fu Manchu já disse – recuar também pode ser uma forma de avançar. Entregar-se pode ser uma forma de resistir e negar três vezes pode ser uma forma de dar.  E dar, claro, pode ser uma forma de possuir. Ficar também pode ser uma forma de ir. Ou seja, não tem saída.

Para dizer melhor é preciso sentir a espessura do despacho. Esperar; ter paciência; sentir as transformações acontecendo. E dá no pira. Pira é uma gíria que significa ficar louco, perder o juízo, endoidar.

Tem que conhecer seu tempo, se vai chover, pergunte a Dona Dilma. Se quiser saber de uma fofoca fashion, puxa um papo com Madame Walmarty. Tem que conhecer os camaradas, do aboiador ao locutor do interior. E não adianta nem tentar lhe esquecer.

Demorar-se. Urgir. Gemer.

Denunciar pode virar uma intangibilidade que, estranhamente, é perceptível: a simultaneidade, a duração, a instantaneidade. É demais para eu não me abalar.

Muitas vezes, o excesso de subjetividade pode atrapalhar; o excesso de palavras também.

Deixe de onda, de uma vez por todas, que o tempo comanda e submeta-se a ele.

Morra um pouco, depois renasça. PoisZé, antes do sepultamento do hipocondríaco, pediram um minuto de selênio.

Kapetadas

1 – Quem nunca caiu no banheiro, que atire o primeiro pum.

2 – No país da ordem e progresso, só a desordem progride. E priu.

3 – Ilustração – Honoré Daumier Le malade imaginaire graveur Pinard pointe sèche c 1910 Docteur

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