João Pessoa, 23 de outubro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Muita gente pode achar estranho, o fato do poeta e letrista Antonio Cícero ter decido que morreria nesta quarta-feira (24) em Zurique, na Suíça, aos 79 anos – diagnosticado com Alzheimer há anos – veio a decisão da morte assistida, permitida naquele país europeu.
Entre a notícia e a propagação da sua morte nos comentários e manifestações nas redes sociais, que ainda se perseguem, entre as frases abertas, algumas hipócritas outras navalhas, ou na suavidade de alguns outros, neste momento em que Antonio Cicero não existe mais, tudo é nada.
Em todos os países do mundo deveria ser dada essa oportunidade da morte assistida, pela necessária decisão de cada um. Não estou falando aqui em suicídio, mas numa morte decidida e assistida.
Entre a carta que ele deixou e a perplexidade de cenas bem mais cruéis vistas a olho nu, a morte de Antonio Cicero, é por demais significativa para eu não me abalar.
É tão antigo viver quanto morrer, mas se fosse oferecida essa opção nos quatro cantos do planeta, a um homem diagnosticado com Alzheimer ou qualquer outra doença que lhe tire a consciência, que vivo não estaria mais entre nós, eu não diria outra palavra, senão, que o poeta Antonio Cicero já não tinha mais vinco a vida nos extremos do mal necessário, ansiando em partir antes. Na hora certa, Cicero acertou.
Deixemos Antonio Cicero em paz.
Foto: Léo Martins
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OPINIÃO - 22/11/2024