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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Antonio Cicero, a morte necessária

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publicado em 23/10/2024 ás 19h26
atualizado em 23/10/2024 ás 20h26

Muita gente pode achar estranho, o fato do poeta e letrista Antonio Cícero ter decido que morreria nesta quarta-feira (24) em Zurique, na Suíça, aos 79 anos –  diagnosticado com Alzheimer há anos  –  veio  a decisão da morte assistida, permitida naquele país europeu.

Entre a notícia e a propagação da sua morte nos comentários e manifestações nas redes sociais, que ainda se perseguem, entre as frases abertas, algumas hipócritas outras navalhas, ou na suavidade de alguns outros, neste momento em que Antonio Cicero não existe mais, tudo é nada.

Em todos os países do mundo deveria ser dada essa oportunidade da morte assistida, pela necessária decisão de cada um. Não estou falando aqui em suicídio, mas numa morte decidida e assistida.

Entre a carta que ele deixou e a perplexidade de cenas bem mais cruéis vistas a olho nu, a morte de Antonio Cicero, é por demais significativa para eu não me abalar.

É tão antigo viver quanto morrer, mas se fosse oferecida essa opção nos quatro cantos do planeta, a um homem diagnosticado com Alzheimer ou qualquer outra doença que lhe tire a consciência, que vivo não estaria mais entre nós, eu não diria outra palavra, senão, que o poeta Antonio Cicero já não tinha mais vinco a vida nos extremos do mal necessário, ansiando em partir antes. Na hora certa, Cicero acertou.

Deixemos Antonio Cicero em paz.

Foto: Léo Martins

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB