João Pessoa, 28 de outubro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Vivemos em um mundo onde a necessidade parece ser a força motriz que nos empurra a seguir em frente. Há uma pressão constante para cumprir expectativas, seja em relacionamentos, trabalho ou até mesmo nas pequenas tarefas do dia a dia. *É preciso se comprometer*, é preciso suportar, é preciso lidar com as inúmeras obrigações que nos cercam. Muitas vezes, nos encontramos presos em um ciclo de “precisos” que nos consome.
A rotina se transforma em um mantra repetido: precisamos salvar o país, precisamos acreditar em algo maior, precisamos pagar as contas e ainda encontrar tempo para as pequenas alegrias. A vida se torna uma lista interminável de obrigações e desejos não realizados. E nesse turbilhão, é fácil esquecer o que realmente importa.
Neste ritmo frenético, deixamos de lado os prazeres simples. Quem tem tempo para colher flores ou apreciar um bom livro? A leitura se torna uma tarefa a ser riscada da lista, assim como momentos de descontração com amigos ou a busca por novos conhecimentos. O que deveria ser leve se torna pesado, e o que deveria ser prazeroso se transforma em obrigação.
É preciso lembrar que a vida não deve ser apenas sobre o que precisamos fazer, mas também sobre o que desejamos viver. Precisamos encontrar espaço para a espontaneidade e para o inesperado. A beleza está nas pequenas coisas: um sorriso trocado na rua, um café tomado sem pressa ou uma conversa despretensiosa com alguém especial.
E mesmo quando tudo parece sombrio, quando as notícias são pesadas e o futuro incerto, é essencial manter a esperança viva. Precisamos acreditar que há sempre um novo amanhecer à frente e que cada dia traz consigo a possibilidade de recomeços. O fim do mundo pode parecer iminente em alguns momentos, mas há também a promessa de renovação.
Então, ao invés de nos deixarmos levar pelo peso das necessidades impostas pela sociedade, devemos buscar aquilo que realmente nos faz vibrar. Que possamos cultivar nossos sonhos e desejos sem medo do julgamento alheio. Afinal, viver plenamente é um ato de resistência contra as imposições da vida.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024