João Pessoa, 13 de outubro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pelo menos sete entre cada dez políticos paraibanos admitem, reservadamente, que as amargas medidas adotadas pelo governador Ricardo Coutinho são necessárias ao ajuste das contas do Estado e ao equilíbrio financeiros dos cofres.
No fundo, até os adversários reconhecem não haver outro caminho, mesmo que essa vereda amealhe um tonel de desgaste, ranger de dentes e rejeição de segmentos de forte influência na opinião pública, como é o caso do funcionalismo.
É bem verdade também que poucos teriam coragem de enfrentar esse desgaste, sobretudo porque a cartilha do poder recomenda máximo cuidado com temas proibidos, especialmente quando aliados dependem da aprovação do padrinho para se reelegerem.
É exatamente esse o cenário de suspense que circunda as reflexões nos meios políticos. Ricardo terá tempo de curar as feridas abertas e a sensação de conflito com setores da sociedade ao ponto de ser consistente cabo eleitoral em 2012?
Esse ‘x’ da questão é determinante, porque os adversários interessados no pleito vindouro se valem dessa perspectiva de rejeição como alimento de esperanças de êxito eleitoral. Acham que o 2011 conturbado refletirá nos candidatos socialistas em 2012.
Por mais que esteja fazendo a coisa certa, o Governo atraiu para si uma aura de contestações, capitalizada pela estratégia renitente da Oposição, que se aproveita do momento de ajustes para tirar uma casquinha, em alguns casos de forma hipócrita.
Ricardo terá que convencer o eleitor que agiu como governante sensato, e rompeu com o script populista, e mostrar na prática e em tempo hábil os efeitos positivos dessa ruptura. O ‘mago’ agora luta contra o relógio. Em contagem regressiva.
Reconhecimento –
O ex-governador Cássio teria confessado a notável empresário paraibano que Ricardo está tendo coragem de fazer o que ele próprio e Maranhão hesitaram.
Qualquer semelhança… –
Para a ministra Miriam Belchior, greves não são férias. Ela já anunciou que o Governo Dilma vai cortar todos os dias de paralisação dos grevistas dos Correios.
Beleza no TSE, festa na Paraíba –
Talvez nem na casa de Dias Tóffolli, ministro do Supremo Tribunal Federal, tenha havido tanta festa pela nomeação da sua namorada, a bela advogada Luciana Lóssio, para o cargo de ministra do TSE quanto na Paraíba. Aliás, a escolha de Lóssio pela presidente provocou polêmica. Ela já foi advogada da campanha de Dilma.
Medo das trevas da infidelidade –
Ao vice-governador Rômulo Gouveia o deputado João Gonçalves confessou porque não trocou o PSDB pelo PSD, destino definido e acertado até a undécima hora do prazo de filiações. João, que não se assombra com velório, teve medo de perder o mandato.
Disputa familiar, que bicho vai dar? –
Passado o trauma das filiações, João terá agora que conciliar disputa caseira pela vaga de vereador na eleição do próximo ano em João Pessoa. Além do cunhado, vereador Luiz Flávio (PSDB), agora o irmão, Damião Gonçalves (DEM), entrou na briga.
No alvo –
A direção estadual do PMDB está de olho no deputado Doda de Tião. Qualquer passo desacertado do parlamentar pode servir de álibi para pedido de expulsão.
Na manga –
Destemido, Doda foi de peito aberto a uma reunião do PMDB. Antes que lhe ameaçassem, puxou extenso dossiê e surpreendeu até Maranhão.
Quem não pecar… –
Na coleção e matérias de jornais estava Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos votando com Zé Serra e outra dezena de prefeitos. E todos continuam no PMDB.
…Atire a primeira pedra –
Ao final da reunião, um deputado malino cochichou ao ouvido do tímido queimadense. “O PMDB era vice de Serra, e Maranhão votou em Lula em 2002”.
Orelha em pé –
O grupo do prefeito de Patos, Nabor Wanderley, reconhece que a eleição municipal não será fácil. A candidatura de Dinaldo Filho (PSDB) cresce na cidade.
Leitura da raposa –
Enquanto o mundo quase veio abaixo com o boato do encontro de Cássio e Maranhão, o presidente estadual do PP, Enivaldo Ribeiro, não viu “nada demais”.
Aposta –
Enivaldo descartou qualquer possibilidade do PP abrir mão da cabeça (Daniella Ribeiro) de chapa em Campina Grande, apesar da aproximação com Veneziano.
Embate –
O prefeito Carlos Rafael diz que não se entusiasma com a chance de Denise Oliveira, esposa de Carlos Antônio, ser a sua adversária em Cajazeiras.
Preferencial –
Rafael torce que a “ficha limpa” não tire seu histórico rival do pleito e o obrigue a lançar a mulher em 2012. “Meu desejo é disputar com ele”.
Jogada –
Para se aproximar do Governo, o prefeito de Marizópolis, Zé Vieira, foi para o PTB, mas afagou seu líder Maranhão filiando a filha, sua vice, no PMDB.
PINGO QUENTE – “Feliz dia das crianças para todos nós, afinal somos eternas crianças”. Do deputado Guilherme Almeida (PSC), no twitter, fazendo o eleitor sonhar com um mundo onde os políticos seriam ‘bobinhos’ e cheios de ingenuidade infantil.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024